23 jan
Emiliano
Escritores da comunidade
Espaço reservado para a exposição das obras criadas pelos membros da comunidade, também aberto para a indicação de textos, seja de qual for o autor ou o gênero.
23 jan
Emiliano
Triste Haiti
(Emiliano Nunes)
Paira nas ruas e avenidas
o mormaço fétido da carne.
Carne amada e retalhada,
carne podre sobre sol,
Carne anônima no chão,
Carne morta sobre escombros.
No assombro da labuta,
já não saliva a boca faminta,
Pois a água escorreu
dos dez dedos da mão
a sete palmos do vão.
Carne seca, carne viva,
resistente tecido insistente,
meio morto, meio assim...
Resistente angústia
meio entregue, meio louca
meio dentro, meio fora de si.
[Acabei de escrever]
Paira nas ruas e avenidas
o mormaço fétido da carne.
Carne amada e retalhada,
carne podre sobre sol,
Carne anônima no chão,
Carne morta sobre escombros.
No assombro da labuta,
já não saliva a boca faminta,
Pois a água escorreu
dos dez dedos da mão
a sete palmos do vão.
Carne seca, carne viva,
resistente tecido insistente,
meio morto, meio assim...
Resistente angústia
meio entregue, meio louca
meio dentro, meio fora de si.
[Acabei de escrever]
24 jan
Zenaide
Gente...lindos...ameii !!!
Vou deixar um "miquinho" meu de recordação para vcs !!!
"Manter ou transformar"
Presente, que se faz...presente,
é uma construção constante.
No passado é que encontra-se as bases
e as colunas de nosso instante !!
Na obra pronta e acabada,
Uns se envaidecem outros padecem
A reforma sempre é feita pelo telhado
Enquanto as paredes apodrecem !!
Chegará um dia, que a estrutura não aguentará
As paredes padecerão de vez,
A fundação ali estará,
Mas limitada em sua pequenez !!
O futuro da obra está no presente
Reconstruir as fundações ou assim continuar
Basta perguntar às paredes:
Manter ou transformar ?
Zenaide.
"Manter ou transformar"
Presente, que se faz...presente,
é uma construção constante.
No passado é que encontra-se as bases
e as colunas de nosso instante !!
Na obra pronta e acabada,
Uns se envaidecem outros padecem
A reforma sempre é feita pelo telhado
Enquanto as paredes apodrecem !!
Chegará um dia, que a estrutura não aguentará
As paredes padecerão de vez,
A fundação ali estará,
Mas limitada em sua pequenez !!
O futuro da obra está no presente
Reconstruir as fundações ou assim continuar
Basta perguntar às paredes:
Manter ou transformar ?
Zenaide.
25 jan
Nádia
Bom Tom invejava Serjão , que morria de ciúmes da Dennise
pq guardava os segredos de Koshiro
Hugo tinha saudades da Ana, que fumava demais e dançava de menos
Zenaide ia dar uma festa e convidou todo mundo,
inclusive a Nádia + os sobrinhos sarados que a distraíam em segredo durante os intervalos
Luizão ficou de fora, ninguém lembrou nunca mais...
Uia... que talentos submersos !
pq guardava os segredos de Koshiro
Hugo tinha saudades da Ana, que fumava demais e dançava de menos
Zenaide ia dar uma festa e convidou todo mundo,
inclusive a Nádia + os sobrinhos sarados que a distraíam em segredo durante os intervalos
Luizão ficou de fora, ninguém lembrou nunca mais...
Uia... que talentos submersos !
25 jan
Celia
Emiliano, adorei a sua iniciativa de criar este tópico... Vamos ver quem são os escritores da comunidade. Quando eu encontrar uns contos que escreví, postarei.
25 jan
Zenaide
Bom Tom...(Obrigada)
Sim.....precisamos nos transformar !!!!
Quanto à sua modificação: (Rindo muito aqui....da sua criatividade !!)
Vou embora vou morar no cume da montanha onde possa ser feliz
Quanto à sua modificação: (Rindo muito aqui....da sua criatividade !!)
25 jan
Zenaide
Nádia
A ideía da festa é ótima !!
Só não excluiria o Luizao !! Com certeza ele seria peça fundamental e um dos primeiros da lista.....nem que fosse para ficar colocando defeito em tudo !!
Só não excluiria o Luizao !! Com certeza ele seria peça fundamental e um dos primeiros da lista.....nem que fosse para ficar colocando defeito em tudo !!
25 jan
Zenaide
Emiliano...
Faço minhas as palavras da Celia.......excelente ideia !!!!
Ps. Não sou tão boa como vcs.....mas tbém vou adorar dividir ....algumas produções minhas !!!
Abraços.
Ps. Não sou tão boa como vcs.....mas tbém vou adorar dividir ....algumas produções minhas !!!
Abraços.
25 jan
Emiliano
Que isso Zenaide, ninguém aqui é melhor ou pior, somos todos aspirantes que, de alguma forma, tenta externar sensações, pensamentos ou conflitos... Cada um usa como sabe as ferramentas que têm. =]
25 jan
Emiliano
Dor e Alívio (conto)
Josué olhava ao seu redor com a cabeça oscilante e por vez, a deixava cair... Recuperando-se logo, pondo-a no eixo. Movimentos incessantemente repetidos por força da gravidade, e também da pinga barata que tomava no boteco! Em seu olhar inerte, perdido na distância do tempo, um brilho de choro. Recordava do fato e quase chorou, mas logo interrompeu o choro com um soluço dolente que lhe asfixiava a dor, sufoca-se a tal ponto de lhe faltar o ar. Afrouxa a gravata e desata mais um botão. Olhou novamente ao seu redor e era madrugada, assim como os homens que ali estavam, o tempo parecia ébrio...
“Porque vim parar nesse lugar? Oh Deus, acho que não estou em minhas perfeitas faculdades mentais”. Pensou Josué, após se ver dentro daquele bar subterrâneo de um aglomerado de lojas, cuja arquitetura externa, mais lembrava um cortiço.
No balcão, um homem com pendentes bolsas nos olhos e saliente barriga, fitava-o como quem meditasse sua agonia. Josué, ao percebê-lo, não pode deixar de reparar sua camiseta curta, ou melhor, sua extensa barriga que de tão farta, a camiseta GG não abrigava toda a carne e demasiada gordura, deixando-a exposta aos ares e aos olhos daqueles que habitavam o boteco. Seus olhos eram fortemente avermelhados, e talvez, mais lúgubres ao de Josué. O homem gordo fitava-o inconvenientemente, eis que a ação: Ele caminhou de leve, num cansado e desengonçado passo, carregava numa mão, um copo de cerveja, na outra, uma dose de alguma bebida de tom madeirado, talvez uísque. Sentou-se a mesa e suspirou profundamente na tentativa de se recuperar do esforço com a locomoção; então, proferiu a Josué:
_Eu sei o que você está passando!
A princípio a voz do gordo ecoou nos ouvidos de Josué, como um grito ao deserto. Também sua imagem, que oscilava no espaço em vai e vem, seria efeito da pinga?
_Hã?
_Eu já passei por isso, mas já faz 20 anos. Nunca me recuperei...
_De que você está falando?
Josué recompunha o equilíbrio mínimo, necessário para se desenvolver um diálogo.
“Porque vim parar nesse lugar? Oh Deus, acho que não estou em minhas perfeitas faculdades mentais”. Pensou Josué, após se ver dentro daquele bar subterrâneo de um aglomerado de lojas, cuja arquitetura externa, mais lembrava um cortiço.
No balcão, um homem com pendentes bolsas nos olhos e saliente barriga, fitava-o como quem meditasse sua agonia. Josué, ao percebê-lo, não pode deixar de reparar sua camiseta curta, ou melhor, sua extensa barriga que de tão farta, a camiseta GG não abrigava toda a carne e demasiada gordura, deixando-a exposta aos ares e aos olhos daqueles que habitavam o boteco. Seus olhos eram fortemente avermelhados, e talvez, mais lúgubres ao de Josué. O homem gordo fitava-o inconvenientemente, eis que a ação: Ele caminhou de leve, num cansado e desengonçado passo, carregava numa mão, um copo de cerveja, na outra, uma dose de alguma bebida de tom madeirado, talvez uísque. Sentou-se a mesa e suspirou profundamente na tentativa de se recuperar do esforço com a locomoção; então, proferiu a Josué:
_Eu sei o que você está passando!
A princípio a voz do gordo ecoou nos ouvidos de Josué, como um grito ao deserto. Também sua imagem, que oscilava no espaço em vai e vem, seria efeito da pinga?
_Hã?
_Eu já passei por isso, mas já faz 20 anos. Nunca me recuperei...
_De que você está falando?
Josué recompunha o equilíbrio mínimo, necessário para se desenvolver um diálogo.
25 jan
Emiliano
_Estou falando da traição! Vejo em seus olhos que foste traído.
_O que?
Ao compreender, uma exasperação lhe tomou o ânimo, mas manteve-se brando, absolveu por osmose e esperou o que mais aquele jocoso homem tinha a lhe dizer. Sua brandeza, talvez viesse do choque, ou então, da interesseira necessidade de ausentar-se de si, por menor que fosse o tempo indolente. Mas como ausentar-se de si, se o gordo falava exatamente daquilo que ele julgava hermético em seu âmago. Eis que a confusão lhe deu a brandeza da incerteza.
_Como é seu nome?
_Meu nome é Josué, mas posso saber o que desejas?
_Como eu vinha dizendo, há 20 anos, descobri que a mulher a qual mais amei, me traia com um amigo. Confesso que senti uma imensa vontade de matá-la, ainda sinto. Aliás, senti uma imensa necessidade de matá-los, mas não o fiz...
Já ausente da comparação que dera início ao diálogo, Josué indagou enfadado:
_E o que fizeste?
_Fingi nunca ter percebido, e ainda finjo.
_Ainda finge nunca ter percebido? Então ainda estão juntos?
O homem expressou desprezo de si mesmo e respondeu com os olhos perdidos no horizonte:
_A desgraça do homem consiste nas paixões e nos mais cândidos afetos. Se os sentimentos fossem maquinais, não haveria a dor! A paixão é a maior moléstia da vida! Sim é a maior, não há dúvidas... É o que nos faz humanos e patéticos. Qual a vantagem de sermos racionais, quando a paixão é corrosiva e sacrifica a razão? Quanto mais sentimental é o indivíduo, mais frágil ele será e mais sofrida será sua peregrinação nessa terra infértil, habitada por seres secos e egoístas. Eu a amo mais que a mim mesmo, sou egoísta. Ela não me ama, és egoísta! O egoísmo impera meu caro, e tudo na vida humana, se visto a olho nu, é sórdido!
A exasperação, lentamente deu lugar a um aparente sentimento de compaixão. E o gordo triste continuou seu discurso:
_O que?
Ao compreender, uma exasperação lhe tomou o ânimo, mas manteve-se brando, absolveu por osmose e esperou o que mais aquele jocoso homem tinha a lhe dizer. Sua brandeza, talvez viesse do choque, ou então, da interesseira necessidade de ausentar-se de si, por menor que fosse o tempo indolente. Mas como ausentar-se de si, se o gordo falava exatamente daquilo que ele julgava hermético em seu âmago. Eis que a confusão lhe deu a brandeza da incerteza.
_Como é seu nome?
_Meu nome é Josué, mas posso saber o que desejas?
_Como eu vinha dizendo, há 20 anos, descobri que a mulher a qual mais amei, me traia com um amigo. Confesso que senti uma imensa vontade de matá-la, ainda sinto. Aliás, senti uma imensa necessidade de matá-los, mas não o fiz...
Já ausente da comparação que dera início ao diálogo, Josué indagou enfadado:
_E o que fizeste?
_Fingi nunca ter percebido, e ainda finjo.
_Ainda finge nunca ter percebido? Então ainda estão juntos?
O homem expressou desprezo de si mesmo e respondeu com os olhos perdidos no horizonte:
_A desgraça do homem consiste nas paixões e nos mais cândidos afetos. Se os sentimentos fossem maquinais, não haveria a dor! A paixão é a maior moléstia da vida! Sim é a maior, não há dúvidas... É o que nos faz humanos e patéticos. Qual a vantagem de sermos racionais, quando a paixão é corrosiva e sacrifica a razão? Quanto mais sentimental é o indivíduo, mais frágil ele será e mais sofrida será sua peregrinação nessa terra infértil, habitada por seres secos e egoístas. Eu a amo mais que a mim mesmo, sou egoísta. Ela não me ama, és egoísta! O egoísmo impera meu caro, e tudo na vida humana, se visto a olho nu, é sórdido!
A exasperação, lentamente deu lugar a um aparente sentimento de compaixão. E o gordo triste continuou seu discurso:
25 jan
Emiliano
_Temos um filho, sabe? Depois da traição, percebi que ele não se parece comigo. O que quero dizer, na verdade, é... É que eu não sei se de fato, ele é meu filho...
E já envolvido com a tragédia, Josué perguntou?
_Nunca fizeste um exame de DNA para saber se, de fato, o filho é seu ou do outro?
_Para que? Sei que minhas chances seriam ínfimas.
_Mas... Isso não pode ser!
Dizia num tom quase prazeroso... Tamanho fora seu espanto e a indolência que o esquivara de si.
_É minha vida! Afirmava o gordo olhando para si.
_E quantos anos têm seu filho? Ou talvez, filho do outro?
Indagou em tom debochado, mas de tão ébrio, fora quase afetuoso.
_Ele tem 22 anos!
_E como é a relação entre vocês?
Nesse momento, o gordo colocou o copo da cerveja sobre a mesa, pegou sua bebida quente, deu um longo gole e abraçou seu copo com ternura, dizendo em tom de lamento:
_Eu fui um péssimo pai! Ele não quer mais saber de mim... Saiu de casa! Eu, ao saber da traição, nada fiz em relação ao casamento ou à minha esposa, mas a ele... Criança, e pessoa de pouca personalidade, o pobre foi vitimizado por minha assombrosa covardia. Eu sou um verme! Eu sei que sou... Sou um verme egoísta!
_Mas como tu podes ter suportado essa situação?
_Tudo é suportável quando temos um bar próximo de casa, cujo dono, nos vende fiado. Tornei-me um alcoólatra, essa é a verdade! Tornei-me um alcoólatra e abandonei meu ofício. Vivo dos bens que alugo.
_Que alma desgraçada é a sua!
O homem gordo tomou todo o restante da bebida e pegou o copo com cerveja, dirigindo seu olhar triste a Josué:
_E então, meu caro, conte-me como foi sua tragédia? Foi traição, não foi?
Então, injuriado com a audácia de tão desprezível indivíduo, Josué levantou-se avidamente:
_Estás louco? E eu falei em traição? Não sei de onde tiraste isso de mim...
_Vejo em seus olhos... Vejo-me em ti. Isto é, há 20 anos!
_Por favor, meu senhor. Tu és um patife mesmo! Como pode se comparar à minha pessoa?
E já envolvido com a tragédia, Josué perguntou?
_Nunca fizeste um exame de DNA para saber se, de fato, o filho é seu ou do outro?
_Para que? Sei que minhas chances seriam ínfimas.
_Mas... Isso não pode ser!
Dizia num tom quase prazeroso... Tamanho fora seu espanto e a indolência que o esquivara de si.
_É minha vida! Afirmava o gordo olhando para si.
_E quantos anos têm seu filho? Ou talvez, filho do outro?
Indagou em tom debochado, mas de tão ébrio, fora quase afetuoso.
_Ele tem 22 anos!
_E como é a relação entre vocês?
Nesse momento, o gordo colocou o copo da cerveja sobre a mesa, pegou sua bebida quente, deu um longo gole e abraçou seu copo com ternura, dizendo em tom de lamento:
_Eu fui um péssimo pai! Ele não quer mais saber de mim... Saiu de casa! Eu, ao saber da traição, nada fiz em relação ao casamento ou à minha esposa, mas a ele... Criança, e pessoa de pouca personalidade, o pobre foi vitimizado por minha assombrosa covardia. Eu sou um verme! Eu sei que sou... Sou um verme egoísta!
_Mas como tu podes ter suportado essa situação?
_Tudo é suportável quando temos um bar próximo de casa, cujo dono, nos vende fiado. Tornei-me um alcoólatra, essa é a verdade! Tornei-me um alcoólatra e abandonei meu ofício. Vivo dos bens que alugo.
_Que alma desgraçada é a sua!
O homem gordo tomou todo o restante da bebida e pegou o copo com cerveja, dirigindo seu olhar triste a Josué:
_E então, meu caro, conte-me como foi sua tragédia? Foi traição, não foi?
Então, injuriado com a audácia de tão desprezível indivíduo, Josué levantou-se avidamente:
_Estás louco? E eu falei em traição? Não sei de onde tiraste isso de mim...
_Vejo em seus olhos... Vejo-me em ti. Isto é, há 20 anos!
_Por favor, meu senhor. Tu és um patife mesmo! Como pode se comparar à minha pessoa?
25 jan
Emiliano
_Sente-se, e conversaremos.
_Não! Não mais me sentarei com você! Aliás, saia, saia da minha mesa. Diz em tom de repugnância, lançando os dedos ao horizonte, indicando qualquer canto, que não, a mesa em questão.
Então em tom profético, o gordo se põe a proferir ao alcance de todos que lá estão a ouvi-lo:
_Isso sempre acontece! As pessoas deveriam aprender a aceitar que foram traídas, e, pelo menos você, eu sei que terminará igualzinho a mim! Destruído e necessitado em parasitar da desgraça do próximo. O nosso destino é o mesmo! Enquanto eu falava, percebi seu prazer ao saber da minha desgraça. Eu também preciso atenuar minha fossa com histórias ainda mais trágicas e tristes do que a minha. Digam-se de passagem, quase todos os cavalheiros que aqui estão, sofrem da mesma moléstia. Não adianta escusar-se de si, o senhor é um de nós!
Ao olhar ao seu redor, percebeu o quão mórbido e funesto era o local ao qual se metera. No olhar de cada um, um pouco de Josué era estampado. Pessoas jogadas às cadeiras, móveis quebrados, arranhados e empoeirados. Havia também, uma lâmpada de brilho tímido que iluminava uma grande área. Era pendurada por um longo fio sujo, que já estava grossamente recoberto por gordura vinda da cozinha e teias de aranha. Assim como o fio e lâmpada, todas as outras coisas do bar eram tristes e porcas. As pessoas, os insetos e a vida dormitavam sobre os móveis daquele estabelecimento escuro e insalubre; no balcão, um homem de longas barbas e ensebado cabelo, o dizia em tom grosseiro e ameaçador:
_Nem invente de sair sem pagar, oh playboyzinho.
Josué afastou-se do gordo, que o encarava, e agora sorria de sua covardia. Tirou de um dos bolsos de sua túnica, uma nota de R$ 50 reais que pregada a outras duas de R$ 10 reais, pagou imperceptivelmente um valor de R$ 70 reais, por uma conta que dera no máximo R$ 40 reais. Toda a ação se desenvolveu sem com que Josué distanciasse o olhar do gordo que sorria, mostrando a Josué, seus dentes escuros.
_Não! Não mais me sentarei com você! Aliás, saia, saia da minha mesa. Diz em tom de repugnância, lançando os dedos ao horizonte, indicando qualquer canto, que não, a mesa em questão.
Então em tom profético, o gordo se põe a proferir ao alcance de todos que lá estão a ouvi-lo:
_Isso sempre acontece! As pessoas deveriam aprender a aceitar que foram traídas, e, pelo menos você, eu sei que terminará igualzinho a mim! Destruído e necessitado em parasitar da desgraça do próximo. O nosso destino é o mesmo! Enquanto eu falava, percebi seu prazer ao saber da minha desgraça. Eu também preciso atenuar minha fossa com histórias ainda mais trágicas e tristes do que a minha. Digam-se de passagem, quase todos os cavalheiros que aqui estão, sofrem da mesma moléstia. Não adianta escusar-se de si, o senhor é um de nós!
Ao olhar ao seu redor, percebeu o quão mórbido e funesto era o local ao qual se metera. No olhar de cada um, um pouco de Josué era estampado. Pessoas jogadas às cadeiras, móveis quebrados, arranhados e empoeirados. Havia também, uma lâmpada de brilho tímido que iluminava uma grande área. Era pendurada por um longo fio sujo, que já estava grossamente recoberto por gordura vinda da cozinha e teias de aranha. Assim como o fio e lâmpada, todas as outras coisas do bar eram tristes e porcas. As pessoas, os insetos e a vida dormitavam sobre os móveis daquele estabelecimento escuro e insalubre; no balcão, um homem de longas barbas e ensebado cabelo, o dizia em tom grosseiro e ameaçador:
_Nem invente de sair sem pagar, oh playboyzinho.
Josué afastou-se do gordo, que o encarava, e agora sorria de sua covardia. Tirou de um dos bolsos de sua túnica, uma nota de R$ 50 reais que pregada a outras duas de R$ 10 reais, pagou imperceptivelmente um valor de R$ 70 reais, por uma conta que dera no máximo R$ 40 reais. Toda a ação se desenvolveu sem com que Josué distanciasse o olhar do gordo que sorria, mostrando a Josué, seus dentes escuros.
25 jan
Emiliano
O dono do bar recebeu o dinheiro com singela expressão de riso e agradecimento: _Volte sempre!
Atormentado, o homem saiu cambaleando, quase tropeçando no próprio passo. Ia caindo, mas equilibrou-se pondo o pé direito em sustento do peso, olhou para trás, fitou novamente o local ao qual estava, e sumiu das vistas do gordo, subindo as escadas e chegando ao térreo. Na rua, ele seguiu o horizonte... Desceu, desceu, sentou-se ao meio fio e pôs-se a chorar, chorou durante minutos descompassados de percepção, o homem chorou, lembrando-se da traição, lembrando também, da verossímil comparação que fizera o homem gordo do bar subterrâneo.
Levantou-se de lá, com resistência do medo e seguiu o caminho. Seguia na dor das horas e o arrastar da lembrança que se entrelaçava ao tempo, dilacerando-lhe a alma. Parou frente ao portão de casa e lá, hesitou entrar. Encostou as costas sobre o portão e acendeu um cigarro, dois, três, quatro, já no quinto, lançou-o ao chão, abriu o portão, adentrou a casa e o terror das lembranças.
Nas fotos sobre os móveis da sala, um tempo que se passou, e ainda dissimulava uma alegria a qual Josué, não mais se via entre ela. Olhou amargamente para as fotos, baixando-as no compasso das lágrimas que escorriam. Adentrou a casa, entrou em seu quarto, pendurou sua túnica negra sobre o cabide, secou o rosto com a manga da camisa, e na cama, lá estava seu amor; no mesmo local, onde antes, o vira delirar nos braços de outro alguém. Era impossível não conciliar a imagem e os fatos às patéticas e tão fiéis comparações do gordo do bar.
Na cômoda ao lado da cama, ele abriu uma última gaveta, e de lá, bem ao fundo, retirou uma arma de fogo. Conferiu a bala engatilhada, e em despedida, beijou docemente os lábios de Adonias, que ao acordar com tão terno beijo, fora surpreendido com o tiro de misericórdia, que enfim, cessava toda a dor, fazendo cair sobre seu corpo, o defunto Josué.
FIM
Atormentado, o homem saiu cambaleando, quase tropeçando no próprio passo. Ia caindo, mas equilibrou-se pondo o pé direito em sustento do peso, olhou para trás, fitou novamente o local ao qual estava, e sumiu das vistas do gordo, subindo as escadas e chegando ao térreo. Na rua, ele seguiu o horizonte... Desceu, desceu, sentou-se ao meio fio e pôs-se a chorar, chorou durante minutos descompassados de percepção, o homem chorou, lembrando-se da traição, lembrando também, da verossímil comparação que fizera o homem gordo do bar subterrâneo.
Levantou-se de lá, com resistência do medo e seguiu o caminho. Seguia na dor das horas e o arrastar da lembrança que se entrelaçava ao tempo, dilacerando-lhe a alma. Parou frente ao portão de casa e lá, hesitou entrar. Encostou as costas sobre o portão e acendeu um cigarro, dois, três, quatro, já no quinto, lançou-o ao chão, abriu o portão, adentrou a casa e o terror das lembranças.
Nas fotos sobre os móveis da sala, um tempo que se passou, e ainda dissimulava uma alegria a qual Josué, não mais se via entre ela. Olhou amargamente para as fotos, baixando-as no compasso das lágrimas que escorriam. Adentrou a casa, entrou em seu quarto, pendurou sua túnica negra sobre o cabide, secou o rosto com a manga da camisa, e na cama, lá estava seu amor; no mesmo local, onde antes, o vira delirar nos braços de outro alguém. Era impossível não conciliar a imagem e os fatos às patéticas e tão fiéis comparações do gordo do bar.
Na cômoda ao lado da cama, ele abriu uma última gaveta, e de lá, bem ao fundo, retirou uma arma de fogo. Conferiu a bala engatilhada, e em despedida, beijou docemente os lábios de Adonias, que ao acordar com tão terno beijo, fora surpreendido com o tiro de misericórdia, que enfim, cessava toda a dor, fazendo cair sobre seu corpo, o defunto Josué.
FIM
25 jan
Emiliano
Um quase soneto DDA
Mais uma vez busco o atalho
Que perdi por ter, sedento
Me buscado assim, violento
Nos meus rastros antes falho
Dos castelos que levanto
Sem saber me impor mais lento
Logo vão desmoronando
Se mostrando serem ventos
Já não vivo o tal momento
O qual fez aqui me por
Na lamúria de um tormento
Busco cá, algum desfecho
Mas as regras me são falhas
Quis fazer aqui um soneto
Mas a mente me atrapalha
Que perdi por ter, sedento
Me buscado assim, violento
Nos meus rastros antes falho
Dos castelos que levanto
Sem saber me impor mais lento
Logo vão desmoronando
Se mostrando serem ventos
Já não vivo o tal momento
O qual fez aqui me por
Na lamúria de um tormento
Busco cá, algum desfecho
Mas as regras me são falhas
Quis fazer aqui um soneto
Mas a mente me atrapalha
25 jan
Antonio
Já tive essa ambição, de escrever, mas passou, como quase tudo que é ambição reprimida pelo medo da desaprovação alheia. Tô virando niilista.
25 jan
Emiliano
Antonio, mas a desaprovação alheia não pode te impedir de fazer as coisas que você deseja, sendo assim, não faremos nada, pois sempre haverá quem desaprove!
25 jan
Celia
Eu conheço o Emiliano já tem bastante tempo, nesses fóruns da vida... E fiquei muito contente por ele ter se soltado, sem precisar da aprovação alheia. Acho bacana quando as pessoas conseguem expor aquilo que escrevem... Afinal, isso é compartilhar.
25 jan
Emiliano
Se o niilismo te transcender a um estágio que te faça melhor, tudo é válido! rs
Obrigado Celia, também fico feliz ao saber que sou lido, independentemente de aprovação ou não. Penso que a escrita é uma manifestação pessoal que, primeiramente, faz bem ao escritor que consegue externar conflitos e sensações ocultas no seu "eu" e fazer matéria. Acho isso lindo!
Obrigado Celia, também fico feliz ao saber que sou lido, independentemente de aprovação ou não. Penso que a escrita é uma manifestação pessoal que, primeiramente, faz bem ao escritor que consegue externar conflitos e sensações ocultas no seu "eu" e fazer matéria. Acho isso lindo!
25 jan
Emiliano
O Ponto
O ponto
(Emiliano Nunes)
Há um infinito e uma porta fechada, há o mundo e há o ponto. O ponto é um ponto, e não se discute. Se fosse risco ou qualquer outro fim linear, o discurso seria possível, mas não há discurso, há o ponto.
Um dia, frente ao ponto eu parei no caminho, não o via, mas ele estava lá. O ponto dissimula para que pensemos ser ele, uma vírgula. Os mais covardes se esquivam, os corajosos inventam um alvo falso, somente os loucos sabem do ponto. Então, voltei o trajeto para que não alienar-me a vertigem do ponto, assim, evito a tal loucura. Vê-lo, não é um aviso de perigo, só o vemos quando já o tivermos ultrapassado, sendo assim, mortos em vida. Quem faz do ponto uma interrogação, pode não suportar o peso do mundo. O mundo, sempre está ao nosso favor, só vos devemos a reciprocidade. Assim como o côncavo e o convexo.
Quando criança, alguém me contou um conto de um louco, que com uma rosa em riste, desafiou a dureza do ponto, se tornou um erro em vida e foi apagado da história. Talvez, ainda relatem o louco, se sim, tudo foi deturpado a tal ponto que não reconheçamos nem um ponto. Enfim, a mediocridade é base de qualquer organização organizada. Para se domar os leões, não basta à força bruta, nem tampouco a estratégia, precisa-se de algo mais. Com mediocridade constrói-se uma verdade, e assim, chegamos ao ponto.
Certo dia, uma ovelha tateou a face de seu pastor, de compaixão o ato se tornou o mais bizarro irreal, imediatamente foram apagados da história, pois com isso, o ponto foi decomposto. Assim como sempre, foi dado um ponto: _Ovelhas não são sensíveis à compaixão! E ponto.
O ponto é parente do medo. Sem o ponto, o medo jamais teria nascido, nem tampouco o ponto faria sentido. O medo é uma necessidade da vida. Aqueles que não temem, são os covardes da razão. Pense somente ao ponto em que o ponto seja um ponto.
(Emiliano Nunes)
Há um infinito e uma porta fechada, há o mundo e há o ponto. O ponto é um ponto, e não se discute. Se fosse risco ou qualquer outro fim linear, o discurso seria possível, mas não há discurso, há o ponto.
Um dia, frente ao ponto eu parei no caminho, não o via, mas ele estava lá. O ponto dissimula para que pensemos ser ele, uma vírgula. Os mais covardes se esquivam, os corajosos inventam um alvo falso, somente os loucos sabem do ponto. Então, voltei o trajeto para que não alienar-me a vertigem do ponto, assim, evito a tal loucura. Vê-lo, não é um aviso de perigo, só o vemos quando já o tivermos ultrapassado, sendo assim, mortos em vida. Quem faz do ponto uma interrogação, pode não suportar o peso do mundo. O mundo, sempre está ao nosso favor, só vos devemos a reciprocidade. Assim como o côncavo e o convexo.
Quando criança, alguém me contou um conto de um louco, que com uma rosa em riste, desafiou a dureza do ponto, se tornou um erro em vida e foi apagado da história. Talvez, ainda relatem o louco, se sim, tudo foi deturpado a tal ponto que não reconheçamos nem um ponto. Enfim, a mediocridade é base de qualquer organização organizada. Para se domar os leões, não basta à força bruta, nem tampouco a estratégia, precisa-se de algo mais. Com mediocridade constrói-se uma verdade, e assim, chegamos ao ponto.
Certo dia, uma ovelha tateou a face de seu pastor, de compaixão o ato se tornou o mais bizarro irreal, imediatamente foram apagados da história, pois com isso, o ponto foi decomposto. Assim como sempre, foi dado um ponto: _Ovelhas não são sensíveis à compaixão! E ponto.
O ponto é parente do medo. Sem o ponto, o medo jamais teria nascido, nem tampouco o ponto faria sentido. O medo é uma necessidade da vida. Aqueles que não temem, são os covardes da razão. Pense somente ao ponto em que o ponto seja um ponto.
25 jan
Emiliano
Era manhã, eis que a notícia se fez nos olhos, não era a notícia! Eram os olhos! Uma notícia só é aquilo o que os olhos querem que ela seja, sendo ela, o imediato e infinito ato. Enganam-se quem pensa que a mente governa, ela fica escondida nas vísceras do ponto. A mente é a premissa, os olhos não despem, pois pelo ponto, já foram despidos. Os olhos são acéticos, por isso, estão no governo. O contrato firmado entre os olhos e a mente, tem um ponto que oculta às cláusulas, por isso, inteligível.
Seguindo a odisséia, novamente eu sinto o ponto. Assim como a Via Láctea, o ponto é apenas um ponto. A Via Láctea é um ponto, e o ponto também é uma Via Láctea.
Outra noite, eu bebi o ponto, depois mastiguei com furor, mas o engoli com suavidade. Ele desceu ressequido e quente, cheio de espinhos dilacerantes. Cauteloso em não digeri-lo, eu me rendi, e refém, me mantive vivo.
O ponto traça a morte e dissimula a vida, assim como aquele que cria, podendo o ponto, ser a própria morte. O ponto está na ponte que nos conduz ao jogo. Lá, o louco delirou em suas últimas noites e morreu na orla do mistério, carregava na mão uma flor e na mente uma reminiscência inflamada. Ir além da orla, pode nos dar o fim, e novamente chegamos ao ponto, onde tudo termina.
Mas e o mistério? O que seria do mundo sem o ponto? Certa manhã, o sol nasceu mais belo, e regou de clareza a retina turva; então, como nunca antes, o mundo fora exposto. Imediatamente o ponto foi acionado, então, assim como sempre, seguimos com franqueza, a dor de ser, um ser sem dor.
Seguindo a odisséia, novamente eu sinto o ponto. Assim como a Via Láctea, o ponto é apenas um ponto. A Via Láctea é um ponto, e o ponto também é uma Via Láctea.
Outra noite, eu bebi o ponto, depois mastiguei com furor, mas o engoli com suavidade. Ele desceu ressequido e quente, cheio de espinhos dilacerantes. Cauteloso em não digeri-lo, eu me rendi, e refém, me mantive vivo.
O ponto traça a morte e dissimula a vida, assim como aquele que cria, podendo o ponto, ser a própria morte. O ponto está na ponte que nos conduz ao jogo. Lá, o louco delirou em suas últimas noites e morreu na orla do mistério, carregava na mão uma flor e na mente uma reminiscência inflamada. Ir além da orla, pode nos dar o fim, e novamente chegamos ao ponto, onde tudo termina.
Mas e o mistério? O que seria do mundo sem o ponto? Certa manhã, o sol nasceu mais belo, e regou de clareza a retina turva; então, como nunca antes, o mundo fora exposto. Imediatamente o ponto foi acionado, então, assim como sempre, seguimos com franqueza, a dor de ser, um ser sem dor.
25 jan
Dennise
Emiliano...
tô adorando ler....
muito legal....
Boa tarde... quase noite.... que inspiração.... Parabéns!!!!
tô adorando ler....
muito legal....
Boa tarde... quase noite.... que inspiração.... Parabéns!!!!
26 jan
Koshiro Kato
二つめの舞台
弱くて 幼すぎて 崩れかけた夢が
あの頃 描いてたままに 気がつけば胸を焦がしてた
そう少しずつ 現実を知り
傷ついて 涙して 壊れても…君がいたから
蒼く光り 煌めく その舞台へ
僕は遂に 踏み出していく
そっと君に 打ち明けた話を
果てない誓いに変えて
蒼く光り 煌めく その舞台に
どんな自分が待っているだろう
今は僕のすべて 見守っていてよ
誰よりも近い場所で
“時間とともに やがて答えも出るだろう”
想い返せば いつでも そうして待ち続けてたんだ
カレンダーに溢れる未来
僕が在る その意味を 結末を 探す旅へ
いつか ここで 出会えた頃の僕らは
どんな明日を願っていただろう
時に 迷い 悩みながらも 二人で
この空を架ける虹へ
どこまでも 超えていこう
そう少しずつ 現実を知り
傷ついて 涙して 手に入れた この想いよ…
蒼く光り 煌めく その舞台へ
僕は遂に 踏み出していく
そっと君に 打ち明けた話を
果てない誓いに変えて
蒼く光り 煌めく その話に
どんな自分が待っているだろう
ずっと僕のすべて 見守っていてよ
誰よりも近い場所で
いつの日か届くように
あの頃 描いてたままに 気がつけば胸を焦がしてた
そう少しずつ 現実を知り
傷ついて 涙して 壊れても…君がいたから
蒼く光り 煌めく その舞台へ
僕は遂に 踏み出していく
そっと君に 打ち明けた話を
果てない誓いに変えて
蒼く光り 煌めく その舞台に
どんな自分が待っているだろう
今は僕のすべて 見守っていてよ
誰よりも近い場所で
“時間とともに やがて答えも出るだろう”
想い返せば いつでも そうして待ち続けてたんだ
カレンダーに溢れる未来
僕が在る その意味を 結末を 探す旅へ
いつか ここで 出会えた頃の僕らは
どんな明日を願っていただろう
時に 迷い 悩みながらも 二人で
この空を架ける虹へ
どこまでも 超えていこう
そう少しずつ 現実を知り
傷ついて 涙して 手に入れた この想いよ…
蒼く光り 煌めく その舞台へ
僕は遂に 踏み出していく
そっと君に 打ち明けた話を
果てない誓いに変えて
蒼く光り 煌めく その話に
どんな自分が待っているだろう
ずっと僕のすべて 見守っていてよ
誰よりも近い場所で
いつの日か届くように
26 jan
Emiliano
O Mundo e a Flor
Quisera eu, ter o mundo como uma esfera sintética em dimensões tangíveis e chutável. Chutá-lo-ia com a força de um bruto, que nunca em vida, conheceu a flor. Então, com o mundo distante, bem distante de mim, eu possa assim, caminhar isento de compreensão. O mundo medita nossa ânsia, nossa dor e nossos erros, assim como um satélite de ordem maior, ou um projétil inerte a nos observar. Nós, a mercê de seu sadismo, apenas dançamos a valsa da morte e lentamente padecemos, mas mantemo-nos em riste, pois o mundo, rega-nos de esperança, para no fim, castrar a flor.
Tais veleidades que me levaram a essa escrita, elas não têm um propósito de mudança, pois para mudar, eu teria que matar o mundo, mas como fazê-lo, se o mundo sou eu?
Tais veleidades que me levaram a essa escrita, elas não têm um propósito de mudança, pois para mudar, eu teria que matar o mundo, mas como fazê-lo, se o mundo sou eu?
26 jan
Zenaide
Mais um !!!
"A Busca"
Viver livre sem restrições
Sempre com algo a buscar
Sentimento: N emoções
Mas o que busco é "amar".
Amar incondicionalmente
Muitos acham incompreensível
Mas sentir não necessariamente
Está ligado ao inteligível.
Vivo meu dia a dia
Sempre sobre pressão
Dessa triste dialética
Razão X Emoção.
Crio sempre uma defesa
Para parecer um ser destemido
Mas somente eu ouço a grandeza
Do meu coração e seus gemidos.
Zenaide.
Viver livre sem restrições
Sempre com algo a buscar
Sentimento: N emoções
Mas o que busco é "amar".
Amar incondicionalmente
Muitos acham incompreensível
Mas sentir não necessariamente
Está ligado ao inteligível.
Vivo meu dia a dia
Sempre sobre pressão
Dessa triste dialética
Razão X Emoção.
Crio sempre uma defesa
Para parecer um ser destemido
Mas somente eu ouço a grandeza
Do meu coração e seus gemidos.
Zenaide.
26 jan
Celia
Olha, vai me dar vergonha de escrever alguma coisa por aqui... Um dia tomo coragem.
Tá muito legal esse tópico!
Tá muito legal esse tópico!
26 jan
Koshiro Kato
Tecla SAP ZÊ???
VAI LÁ ENTÃO!!!
Futatsume no butai
Yowakute osanasugite kuzurekaketa yume ga
ano koro egaiteta mama ni ki ga tsukeba mune o kogashiteta
sou sukoshizutsu genjitsu o shiri
kizutsuite namida shite kowarete mo... kimi ga ita kara
aoku hikari kirameku sono butai e
boku wa tsui ni fumidashite iku
sotto kimi ni uchiaketa hanashi o
hatenai chikai ni kaete
aoku hikari kirameku sono butai ni
donna jibun ga matte iru darou
ima wa boku no subete mimamotte ite yo
dare yori mo chikai basho de
"jikan to tomo ni yagate kotae mo deru darou"
omoikaeseba itsu demo sou shite machitsuzuketetan da
Karendaa ni afureru mirai
boku ga iru sono imi o ketsumatsu o sagasu tabi e
itsuka koko de deaeta koro no bokura wa
donna asu o negatte ita darou
toki ni mayoi nayaminagara mo futari de
kono sora o kakeru niji e
doko made mo koete yukou
sou sukoshizutsu genjitsu o shiri
kizutsuite namida shite te ni ireta kono omoi yo...
aoku hikari kirameku sono butai e
boku wa tsui ni fumidashite iku
sotto kimi ni uchiaketa hanashi o
hatenai chikai ni kaete
aoku hikari kirameku sono butai ni
donna jibun ga matte iru darou
zutto boku no subete mimamotte ite yo
dare yori mo chikai basho de
itsu no hi ka todoku you ni
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK SACANEEI!!!!!!!!!!!
VAI LÁ ENTÃO!!!
Futatsume no butai
Yowakute osanasugite kuzurekaketa yume ga
ano koro egaiteta mama ni ki ga tsukeba mune o kogashiteta
sou sukoshizutsu genjitsu o shiri
kizutsuite namida shite kowarete mo... kimi ga ita kara
aoku hikari kirameku sono butai e
boku wa tsui ni fumidashite iku
sotto kimi ni uchiaketa hanashi o
hatenai chikai ni kaete
aoku hikari kirameku sono butai ni
donna jibun ga matte iru darou
ima wa boku no subete mimamotte ite yo
dare yori mo chikai basho de
"jikan to tomo ni yagate kotae mo deru darou"
omoikaeseba itsu demo sou shite machitsuzuketetan da
Karendaa ni afureru mirai
boku ga iru sono imi o ketsumatsu o sagasu tabi e
itsuka koko de deaeta koro no bokura wa
donna asu o negatte ita darou
toki ni mayoi nayaminagara mo futari de
kono sora o kakeru niji e
doko made mo koete yukou
sou sukoshizutsu genjitsu o shiri
kizutsuite namida shite te ni ireta kono omoi yo...
aoku hikari kirameku sono butai e
boku wa tsui ni fumidashite iku
sotto kimi ni uchiaketa hanashi o
hatenai chikai ni kaete
aoku hikari kirameku sono butai ni
donna jibun ga matte iru darou
zutto boku no subete mimamotte ite yo
dare yori mo chikai basho de
itsu no hi ka todoku you ni
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK SACANEEI!!!!!!!!!!!
26 jan
αηα
O dia fica melhor com os escritos do Emiliano
saudade do q a Sylvia escreve tbm.. mt bom de ler
saudade do q a Sylvia escreve tbm.. mt bom de ler
26 jan
Emiliano
Eu e Tereza (conto)
Após algumas horas de preparo e arrumação, aparece refletida no espelho, Tereza. Retocava a maquiagem e adorava a própria beleza explícita sobre o plano vertical. Eis que aparece Pedro... Sem nada dizer, fitou os olhos de Tereza e balançou negativamente a cabeça. Com a súbita aparição, a face de Tereza, logo fora ruborizada; um rubro natural, além da maquiagem. Tereza tenta explicar-se:
_Eu vou...
Gaguejava na busca de subterfúgios, mas as palavras pareciam alheias à sua vontade, e insistiam em não concatenar. Bailavam desarmoniosamente, enquanto Tereza tentava dizer:
_Eu... Eu, eu preciso... Eu, eu, eu quero... Ah, a maquiagem nem está tão forte!
Diz, com um olhar quase bucólico. Pedro sem nada dizer, franziu a testa, olhou Tereza dos pés à cabeça e novamente expressou negação, agora também, uma tradução de desprezo em seu olhar, fora percebido por Tereza. Vexada com a situação, tocou o canto do olho esquerdo, como quem quisesse conter a lágrima que ameaçava transbordar, e diz mansamente:
_Assim, tudo fica mais difícil!
Então, pela primeira vez, aquele que meditava sua agonia, se fez seu interlocutor:
_Por que isso?
_Isso o que? O que estou fazendo de errado?
_O fato é que tudo isso é ridículo!
_Não! Não mesmo! Ridículo é fingir ser o que não é!
_Por que, Tereza?
_Por que eu gosto!
_Por que gostas?
_Por que não sou medíocre, assim como você é!
_Não pode ser... Você tem que procurar o caminho do senhor. Tem que aceitar Jesus...
Tereza baixa a cabeça, enquanto seu interlocutor tempera o adjetivo, de acidez:
_Tu és uma aberração!
Com os olhos brilhosos, periclitando o choro, Tereza respondeu em tom de ameaça:
_Meça suas palavras ao falar comigo...
Mas Pedro, parecia disposto a tirar-lhe o equilíbrio:
_Vem cá, você não tem vergonha de sair assim? Se não por ti, tenhas por mim...
_Não me encha o saco...
_Você já se olhou no espelho?
_Claro!
_Pois então olhe melhor e vejas o que és.
Tereza, já enfadada, tenta fugir, dando dois passos para trás, mas Pedro continuava sua provocação:
_Eu vou...
Gaguejava na busca de subterfúgios, mas as palavras pareciam alheias à sua vontade, e insistiam em não concatenar. Bailavam desarmoniosamente, enquanto Tereza tentava dizer:
_Eu... Eu, eu preciso... Eu, eu, eu quero... Ah, a maquiagem nem está tão forte!
Diz, com um olhar quase bucólico. Pedro sem nada dizer, franziu a testa, olhou Tereza dos pés à cabeça e novamente expressou negação, agora também, uma tradução de desprezo em seu olhar, fora percebido por Tereza. Vexada com a situação, tocou o canto do olho esquerdo, como quem quisesse conter a lágrima que ameaçava transbordar, e diz mansamente:
_Assim, tudo fica mais difícil!
Então, pela primeira vez, aquele que meditava sua agonia, se fez seu interlocutor:
_Por que isso?
_Isso o que? O que estou fazendo de errado?
_O fato é que tudo isso é ridículo!
_Não! Não mesmo! Ridículo é fingir ser o que não é!
_Por que, Tereza?
_Por que eu gosto!
_Por que gostas?
_Por que não sou medíocre, assim como você é!
_Não pode ser... Você tem que procurar o caminho do senhor. Tem que aceitar Jesus...
Tereza baixa a cabeça, enquanto seu interlocutor tempera o adjetivo, de acidez:
_Tu és uma aberração!
Com os olhos brilhosos, periclitando o choro, Tereza respondeu em tom de ameaça:
_Meça suas palavras ao falar comigo...
Mas Pedro, parecia disposto a tirar-lhe o equilíbrio:
_Vem cá, você não tem vergonha de sair assim? Se não por ti, tenhas por mim...
_Não me encha o saco...
_Você já se olhou no espelho?
_Claro!
_Pois então olhe melhor e vejas o que és.
Tereza, já enfadada, tenta fugir, dando dois passos para trás, mas Pedro continuava sua provocação:
26 jan
Emiliano
_Veja seu reflexo, veja... Agora olhe no fundo dos meus olhos. Vamos, continue...
Tereza balançava a cabeça como se estivesse em desvio do reflexo à sua frente, mas ele estava lá, não seria mais possível dissimulá-lo. Eis que então, avista o punhal de prata, que em outrora servira como enfeite. Pedro gargalhava em afronta, daquela que à sua fronte declinava o equilíbrio, que agora, já ébrio, a fez segurar o punhal com um sorriso sôfrego e um olhar alucinado. Sem reagir, Pedro fora golpeado brutalmente no peito, um golpe certeiro e mortal, que garantia a Tereza, a paz da solidão. Ela seca o rosto molhado de choro, e aliviada, avista Pedro, dissipado aos cacos sobre o chão do quarto, que já não refletiam Pedro, mas sim, sua imagem trincada, seu olhar afirmativo, suas mãos ajustando os peitos postiços sobre o sutiã, e a frase final: _Meu nome é Tereza!
Tereza balançava a cabeça como se estivesse em desvio do reflexo à sua frente, mas ele estava lá, não seria mais possível dissimulá-lo. Eis que então, avista o punhal de prata, que em outrora servira como enfeite. Pedro gargalhava em afronta, daquela que à sua fronte declinava o equilíbrio, que agora, já ébrio, a fez segurar o punhal com um sorriso sôfrego e um olhar alucinado. Sem reagir, Pedro fora golpeado brutalmente no peito, um golpe certeiro e mortal, que garantia a Tereza, a paz da solidão. Ela seca o rosto molhado de choro, e aliviada, avista Pedro, dissipado aos cacos sobre o chão do quarto, que já não refletiam Pedro, mas sim, sua imagem trincada, seu olhar afirmativo, suas mãos ajustando os peitos postiços sobre o sutiã, e a frase final: _Meu nome é Tereza!
30 jan
Maris
E O MUNDO ME FEZ...
Em símbolos
Inventaram-me
Mundo
Engravidei
do pensamento
falado
In
Mundo
Abortados
Significados
e sentimentos
Sou
metáfora
do caos
“organizado”
Traduzido
em
Uni e Versos
E tudo era tão simples
Antes do verbo
...
Eis que agora
existo
Maris
Inventaram-me
Mundo
Engravidei
do pensamento
falado
In
Mundo
Abortados
Significados
e sentimentos
Sou
metáfora
do caos
“organizado”
Traduzido
em
Uni e Versos
E tudo era tão simples
Antes do verbo
...
Eis que agora
existo
Maris
30 jan
Maris
SENTENÇA
E
Que o sol
Desponte
No horizonte
Do
Teu coração
Aberto
Queimando
Exposto
À correnteza
Do meu gosto
Há muito sepultado
Estendido
Em solo arenoso
Dos sonhos
Movediços
Que
Cegam
Pois
A mim
Restará
Dormir distante
Pra não mais
Amanhecer
Existindo
Nessa ausência
Seca
Em que há muito
Te espero
Maris
Que o sol
Desponte
No horizonte
Do
Teu coração
Aberto
Queimando
Exposto
À correnteza
Do meu gosto
Há muito sepultado
Estendido
Em solo arenoso
Dos sonhos
Movediços
Que
Cegam
Pois
A mim
Restará
Dormir distante
Pra não mais
Amanhecer
Existindo
Nessa ausência
Seca
Em que há muito
Te espero
Maris
30 jan
Maris
ALIENAÇÃO
Deixou apenas ser luz
As estrelas
Acreditou
Que folhas secas
São as dúvidas
Que secam
Tudo
Ficou sem sentido
Como o apelo
De ser
Que
Deixou-se macerar
No tempo
Da indiferença
E até mesmo
A xícara de café
Que o acordava
Esfriou
No esquecimento
Do que era
Sorriu
Que por fim,
O amanhecer
Se tornou
Risada de uma
Tristeza
Que não existia
Maris
As estrelas
Acreditou
Que folhas secas
São as dúvidas
Que secam
Tudo
Ficou sem sentido
Como o apelo
De ser
Que
Deixou-se macerar
No tempo
Da indiferença
E até mesmo
A xícara de café
Que o acordava
Esfriou
No esquecimento
Do que era
Sorriu
Que por fim,
O amanhecer
Se tornou
Risada de uma
Tristeza
Que não existia
Maris
30 jan
Maris
OUTRA DIMENSÃO
O coração dói
Da tua ausência
Quisera entender da loucura
Que te despi em essência
Nas palavras que te revelam
Me provocam
Me fazem arder...
Se consultada fosse
Te saber
Eu negaria até à fogueira
Pois é desigual viver a dimensão do poético
Na ponta da tua pena traiçoeira
Imortalizando-te em versos
E eu mortal
Fadada a te ler...
A buscar-te nos escritos que por toda parte Espalhas...
Será essa a representação da saudade?
Essa distância do mundo paralelo em que habitas?
Por que tens poder de visitar-me quando queres?
Invades minha alma
Feito mar que se agita e nem percebes
A aparente calma...
Entre esferas transitas
Anunciando minha paz e tumulto...
E a saudade grita!
MαгЇS
Da tua ausência
Quisera entender da loucura
Que te despi em essência
Nas palavras que te revelam
Me provocam
Me fazem arder...
Se consultada fosse
Te saber
Eu negaria até à fogueira
Pois é desigual viver a dimensão do poético
Na ponta da tua pena traiçoeira
Imortalizando-te em versos
E eu mortal
Fadada a te ler...
A buscar-te nos escritos que por toda parte Espalhas...
Será essa a representação da saudade?
Essa distância do mundo paralelo em que habitas?
Por que tens poder de visitar-me quando queres?
Invades minha alma
Feito mar que se agita e nem percebes
A aparente calma...
Entre esferas transitas
Anunciando minha paz e tumulto...
E a saudade grita!
MαгЇS
10 fev
Carol
Eu escrevo umas coisas depois ajeito e o colco num formato de conto.
Num mostro a ngm nem sob tortura,hehe.
Eu faço fake e posto numa comu.
hauhauhauhauhau
Num mostro a ngm nem sob tortura,hehe.
Eu faço fake e posto numa comu.
hauhauhauhauhau
10 fev
Emiliano
Carol, espero que a comunidade receba a visita e a participação desse dito fake...rsrs
10 fev
Carol
Deus me livre
Esse tópico tah t]ao legal q dá ateh vergonha de postar ateh mesmo em fake.
hahaha
hahaha
2 mar
Emiliano
A Partida (Conto)
[Emiliano Nunes]
Ensaiei durante os séculos dos séculos daquela semana, como lhe dizer adeus. Teorizei o início, o meio e o fim numa pauta sistematicamente cronológica, onde os ponteiros da vida se cruzariam num ponto comum e depois partiriam livres na beira do mar, onde tudo começou.
Marcamos às dez horas na areia da praia, frente ao banquinho 23, no mesmo ponto onde nos iniciamos, onde lá, crianças aventureiras do subúrbio, construímos castelos, espaçonaves, rostos, rochas e o nosso lar. Fizemos o mundo em um dia, éramos deuses trabalhando na areia a construir os sonhos e o nosso mundo. De tudo, a onda levou, mas lá, construímos também, concretos castelos que permaneceram em nós.
A inesperada notícia que supôs a partida me veio por meio das tais palavras: “Tu foste promovido! Tens mais 15 dias no Brasil e partirá, como sempre sonhou”. As palavras, a princípio, toaram como sinos alegres em cantilena da vitória daquilo que eu sempre busquei, mas por fim, afogaram-se amordaçados, como se o mar da realidade os trouxesse a lembrança ampla de que tal partida ocasionaria a separação. O sorriso, afobadamente aberto, congelou-se; também a face, o olhar e todos os outros músculos mais se contiveram em paralisia, o choque da mente paralisou-os por todos os instantes que se fizeram intermináveis à fronte daquele que se pôs interlocutor ou mensageiro da morte. “Então, o que me diz? Aceitas o cargo?”. A distância entre o sim e o não era tão ínfima, que mal pude percebê-la. Quis prolongar o tempo em dissimulação e pensar durante milênios no que responder, mas o rosto pálido e triste do tal mensageiro induziu-me a mais imediata sensação que me veio: “Sim, eu aceito o cargo!”. Apertou minha mão e acrescentou “Seu sucesso é certo! Tenho certeza que você atenderá a todas as nossas expectativas e passará a eternidade dos seus dias na Europa, onde lá, fará uma belíssima carreira”. Saí, sem saber o que pensar, ou no que pensar, buscando ainda, um norte para canalizar minhas ânsias tão ariscas.
Ensaiei durante os séculos dos séculos daquela semana, como lhe dizer adeus. Teorizei o início, o meio e o fim numa pauta sistematicamente cronológica, onde os ponteiros da vida se cruzariam num ponto comum e depois partiriam livres na beira do mar, onde tudo começou.
Marcamos às dez horas na areia da praia, frente ao banquinho 23, no mesmo ponto onde nos iniciamos, onde lá, crianças aventureiras do subúrbio, construímos castelos, espaçonaves, rostos, rochas e o nosso lar. Fizemos o mundo em um dia, éramos deuses trabalhando na areia a construir os sonhos e o nosso mundo. De tudo, a onda levou, mas lá, construímos também, concretos castelos que permaneceram em nós.
A inesperada notícia que supôs a partida me veio por meio das tais palavras: “Tu foste promovido! Tens mais 15 dias no Brasil e partirá, como sempre sonhou”. As palavras, a princípio, toaram como sinos alegres em cantilena da vitória daquilo que eu sempre busquei, mas por fim, afogaram-se amordaçados, como se o mar da realidade os trouxesse a lembrança ampla de que tal partida ocasionaria a separação. O sorriso, afobadamente aberto, congelou-se; também a face, o olhar e todos os outros músculos mais se contiveram em paralisia, o choque da mente paralisou-os por todos os instantes que se fizeram intermináveis à fronte daquele que se pôs interlocutor ou mensageiro da morte. “Então, o que me diz? Aceitas o cargo?”. A distância entre o sim e o não era tão ínfima, que mal pude percebê-la. Quis prolongar o tempo em dissimulação e pensar durante milênios no que responder, mas o rosto pálido e triste do tal mensageiro induziu-me a mais imediata sensação que me veio: “Sim, eu aceito o cargo!”. Apertou minha mão e acrescentou “Seu sucesso é certo! Tenho certeza que você atenderá a todas as nossas expectativas e passará a eternidade dos seus dias na Europa, onde lá, fará uma belíssima carreira”. Saí, sem saber o que pensar, ou no que pensar, buscando ainda, um norte para canalizar minhas ânsias tão ariscas.
2 mar
Emiliano
Sentado sobre a areia, na beira da praia, fitei o infinito. Alguns minutos mais seria o momento da partida, a tão dolorosa e fria partida a qual protelei até o último dia. Na manhã seguinte, eu faria a viajem, mas a partida se daria no imediato momento após a conversa, e de lá, para o incerto.
No ponto de encontro, me lembrei dos corações tortos que juntos fizemos, corações que com a insistência da prática, tornavam-se cada vez mais exatos às regras da geometria e da paixão.
Fitar o horizonte, não é perder-se ao infinito, fitava-o, procurando-me nos mais abissais sentimentos meus, para indagar se ainda seria este, o caminho certo e novamente percebi que o futuro é incerto, e seja qual for a opção tomada, ambas carregarão consigo a discórdia, que cedo ou tarde, se mostrarão não ter sido a melhor opção, destilando o amargor sobre todo o caminho trilhado. Então, talvez, eu ainda não tivesse escolhido um caminho.
Eis que vejo de longe, passos lentos, cujos pés descalços adentravam a areia na mais exata particularidade que lhe era ímpar, e eram os mesmos que antes, junto aos meus, passeavam sobre lua, projetando o universo em inomináveis tardes de por de sol. Com a aproximação, a essência da maresia, deu lugar ao seu odor natural, fragrância flor de laranjeira. Sentou-se ao meu lado, me olhou no rosto e na alma e baixou a cabeça, como se lesse e entendesse tudo, poupando-me assim, dos dizeres. Ficamos ali, lado a lado, sem saber aonde olhar. Olhamos a lua, não era cheia, era minguante. A lua, simetricamente cortada, mas não menos bela, assim como o meu coração, cortado, sangrando e raptado; sobrando-me apenas, um remanescente pedaço, a parte que dói.
No ponto de encontro, me lembrei dos corações tortos que juntos fizemos, corações que com a insistência da prática, tornavam-se cada vez mais exatos às regras da geometria e da paixão.
Fitar o horizonte, não é perder-se ao infinito, fitava-o, procurando-me nos mais abissais sentimentos meus, para indagar se ainda seria este, o caminho certo e novamente percebi que o futuro é incerto, e seja qual for a opção tomada, ambas carregarão consigo a discórdia, que cedo ou tarde, se mostrarão não ter sido a melhor opção, destilando o amargor sobre todo o caminho trilhado. Então, talvez, eu ainda não tivesse escolhido um caminho.
Eis que vejo de longe, passos lentos, cujos pés descalços adentravam a areia na mais exata particularidade que lhe era ímpar, e eram os mesmos que antes, junto aos meus, passeavam sobre lua, projetando o universo em inomináveis tardes de por de sol. Com a aproximação, a essência da maresia, deu lugar ao seu odor natural, fragrância flor de laranjeira. Sentou-se ao meu lado, me olhou no rosto e na alma e baixou a cabeça, como se lesse e entendesse tudo, poupando-me assim, dos dizeres. Ficamos ali, lado a lado, sem saber aonde olhar. Olhamos a lua, não era cheia, era minguante. A lua, simetricamente cortada, mas não menos bela, assim como o meu coração, cortado, sangrando e raptado; sobrando-me apenas, um remanescente pedaço, a parte que dói.
2 mar
Emiliano
Olhei em seus olhos que me olhavam e me vi despido, a iminência dos olhos latentes e inertes a me meditar, causou em mim, a intenção de dizer, mas engasguei antes da ação e presa a garganta, a palavra atolou e eu nada disse, mas as lágrimas disseram muito mais do que eu diria. Recolhi meus olhos e tentei guardá-los dentro cá, os seus, não menos chorosos aos meus, ainda eclodiam indagações, pensei em seguir todo o plano antes arquitetado, mas só saiu em meio aos soluços à deficiente frase “Eu estou de partida amanhã pela manhã... Acho que eu não voltarei”, então, por compreensão ou decepção, franziu a testa, o canto dos olhos e expressou um sorriso que surgiu contrariado, e assim, inexato à tremulência dos seus lábios, não me disse nada, todas as palavras de nossa vida inteira estavam estampadas em sua cara calada. Quis que me tivesse insistido, ordenado ou pedido. Eu ficaria! Eu esperava isso! Eu queria ficar ou talvez, eu quero hoje ter quisto isso. 40 anos depois, estou a somar as recordações para tentar reviver da reconstituição do meu único amor, os únicos olhos, faróis de pérolas negras que me podiam ler a alma que agora padece do amargo caminho.
FIM
FIM
9 mar
Carol
Renúncias
Renúncias
Dizem que a vida é feita de escolhas,o mais correto seria dizer que a vida é feita de renúncias.
Pessimista, eu?Talvez
Toda escolha implica numa renúncia e só há escolha por culpa da renúncia
Não beber...
Não comer...
Não fumar...
Não amar...
Não desejar o mal,mas também não fazer o bem.
E eis que o “Não” te grita os ouvidos para tais “escolhas” Não posso,mas sim,as pessoas fazem,menos mal.
Mesmo com todos os dilemas e “escolhas “ talvez o mais difícil seja optar por não renunciar, renúncia à renúncia.
Então façamos um trato com a renuncia:
Renuncio aqui o SIM para o que não queremos e demos oportunidade ao NÃO para o que não desejamos ,e demos oportunidade ao Não para o que não queremos ,queremos renunciar.
E viva as escolhas!!??
Então,qual o ideal?
O fato de estar encima do muro implica entre cair no bloco soviético ou no norte americano.
Renunciar à 50 % de oportunidades mas também não conseguir enxergar o meio mundo de possibilidades que restou.
Renunciar ao que está dentro da realidade e consequentemente renunciar toda uma vida e a vida biologicamente renuncia e fim.
Renuncio aqui,minha carreira literária
HAUHAUAHUAHAUHA!!!
Dizem que a vida é feita de escolhas,o mais correto seria dizer que a vida é feita de renúncias.
Pessimista, eu?Talvez
Toda escolha implica numa renúncia e só há escolha por culpa da renúncia
Não beber...
Não comer...
Não fumar...
Não amar...
Não desejar o mal,mas também não fazer o bem.
E eis que o “Não” te grita os ouvidos para tais “escolhas” Não posso,mas sim,as pessoas fazem,menos mal.
Mesmo com todos os dilemas e “escolhas “ talvez o mais difícil seja optar por não renunciar, renúncia à renúncia.
Então façamos um trato com a renuncia:
Renuncio aqui o SIM para o que não queremos e demos oportunidade ao NÃO para o que não desejamos ,e demos oportunidade ao Não para o que não queremos ,queremos renunciar.
E viva as escolhas!!??
Então,qual o ideal?
O fato de estar encima do muro implica entre cair no bloco soviético ou no norte americano.
Renunciar à 50 % de oportunidades mas também não conseguir enxergar o meio mundo de possibilidades que restou.
Renunciar ao que está dentro da realidade e consequentemente renunciar toda uma vida e a vida biologicamente renuncia e fim.
Renuncio aqui,minha carreira literária
HAUHAUAHUAHAUHA!!!
9 mar
Helena
Frases começadas por "Não", perdem perdem grande parte do seu poder construtivo, mesmo que a idéia inicial fosse positiva.
;)
;)
13 abr
Emiliano
Fumei um, fiquei doidão e und 5 minutos escrevi:
Empíricos
(Emiliano Nunes)
Meus olhos empíricos
Hoje se cansam de olhar
Que não é mais lírico
O contínuo som a soar
Meus olhos loucos
Hoje assim, tão cansados
Na imensidão desse pouco
Que revelou o buraco
Ver o sol, cega
E sego vai ficando vão
Eu quero o não
Sem saber no que leva
(Emiliano Nunes)
Meus olhos empíricos
Hoje se cansam de olhar
Que não é mais lírico
O contínuo som a soar
Meus olhos loucos
Hoje assim, tão cansados
Na imensidão desse pouco
Que revelou o buraco
Ver o sol, cega
E sego vai ficando vão
Eu quero o não
Sem saber no que leva
16 jun
Emiliano
Pátria Puta
(Emiliano Nunes)
Seu sol no seu céu anil
O peito aquece a alma
Seus filhos te veneram
Como nunca se viu
Oh, pátria amada
Mãe gentil
Em riste sua bandeira
Os olhos brilham tesos
Os corpos mesclam-se às cores
Azul, verde e amarelo
Escorre na ladeira
Foste minha adoração
Como um amor de verão
Que depois do gozo, a partida
Não mais serei coração
Pátria amada, pátria Puta
Inválida prostituta
Amor adormecido sem sono
Cantiga de uma rainha sem trono
Seu sol no seu céu anil
O peito aquece a alma
Seus filhos te veneram
Como nunca se viu
Oh, pátria amada
Mãe gentil
Em riste sua bandeira
Os olhos brilham tesos
Os corpos mesclam-se às cores
Azul, verde e amarelo
Escorre na ladeira
Foste minha adoração
Como um amor de verão
Que depois do gozo, a partida
Não mais serei coração
Pátria amada, pátria Puta
Inválida prostituta
Amor adormecido sem sono
Cantiga de uma rainha sem trono
18 jun
Emiliano
A Ilusão
(Emiliano Nunes)
A ilusão é necessária
Afiada, tal como é a navalha
A talhar a retina que falha
Não quero a visão
Pois a dor vai além
Do que pode doer
Este meu coração
Não me tire do meio
Pois meu “eu” é alheio
E morto, ainda anseio
Sugar sem receio
Do meu próprio seio
A ilusão é necessária
Afiada, tal como é a navalha
A talhar a retina que falha
Não quero a visão
Pois a dor vai além
Do que pode doer
Este meu coração
Não me tire do meio
Pois meu “eu” é alheio
E morto, ainda anseio
Sugar sem receio
Do meu próprio seio
1 jul
janjaum
"no jogo de barálio naum se joga com emossaum mesmo com as cartas de copas na maum."
eu qe fiz.
eu qe fiz.
25 jul
Carol
O que eu escrevi foi a maior merda já feita!
.
pq ngm nunk comentou!
cada doido!
HAHAHAHAHAHA
ESCREVI ISSO ESPECIALMENTE PRA ESSE TÓPICO E NGM FALOU NADA.
HAHAHAHAHAHAH
tava pensando sobre isso nessa madrugada!
que meeeerda!!
hahah
axo q vou me inscrever pro premio assis CHATObriand!!!
caralhooooo!!!
HAHAHA
pq ngm nunk comentou!
cada doido!
HAHAHAHAHAHA
ESCREVI ISSO ESPECIALMENTE PRA ESSE TÓPICO E NGM FALOU NADA.
HAHAHAHAHAHAH
tava pensando sobre isso nessa madrugada!
que meeeerda!!
hahah
axo q vou me inscrever pro premio assis CHATObriand!!!
caralhooooo!!!
HAHAHA
25 jul
Emiliano
Carolina,
Não renuncie o tópico e muito menos as peripécias literárias. Seu texto nos trás uma mensagem muito interessante. Precisa, no entanto, de uma lapidação, mas em linhas gerais, eu gostei do texto.
25 jul
Helena
Quando eu me conseguir mexer eu volto a postar aqui.
O Thomé é assim!
Acerta sempre em cheio na cabeça das pessoas.
Acho que ele consegue apanhar peixes à pedrada!
Aff!!
Escreve muito bem, esse sacana!!!
O Thomé é assim!
Acerta sempre em cheio na cabeça das pessoas.
Acho que ele consegue apanhar peixes à pedrada!
Aff!!
Escreve muito bem, esse sacana!!!
25 jul
Carol
nada emiliano
é ruim mesmo!
sempre axei,coloquei aki só pra "zoar" eu axo q tenho senso crítico sobre mim(sem falsas modéstias) axo q até comentei com o gabriel com o fato de ngm ter comentado comigo q era ruim.
A idéia não eh ruim,mas fala-se aki de forma de escrever.
Mas tipo,é que eu surtei essa masdrugada qndo lembrei disso e tive q entrar na net só pra falar isso!!!!
SURTEI LEGAL!! Não ligue,ando bem humorada ultimamente!
hehe
AAAAAAAAH,O THOMÉZINHO ESCREVE MUUUUUUUUUUUUITO BEM,É SEMPRE MUITO AGRADAVÉL LER O QUE ELE ESCREVE!!
sempre axei,coloquei aki só pra "zoar" eu axo q tenho senso crítico sobre mim(sem falsas modéstias) axo q até comentei com o gabriel com o fato de ngm ter comentado comigo q era ruim.
A idéia não eh ruim,mas fala-se aki de forma de escrever.
Mas tipo,é que eu surtei essa masdrugada qndo lembrei disso e tive q entrar na net só pra falar isso!!!!
SURTEI LEGAL!! Não ligue,ando bem humorada ultimamente!
hehe
AAAAAAAAH,O THOMÉZINHO ESCREVE MUUUUUUUUUUUUITO BEM,É SEMPRE MUITO AGRADAVÉL LER O QUE ELE ESCREVE!!
25 jul
Gustavo
Vou embora vou morar no cume da montanha onde possa ser feliz
O cume chama toda vez que penso em ti , o cume arde nesse peito infeliz.
Quando tem chuva o cume molha , quando tem fôgo o cume queima , quando
tem lua o cume acende ,
O cume chama toda vez que penso em ti , o cume arde nesse peito infeliz....
25 jul
Helena
Acho que este tópico deveria ter o título de "escritores, poetas e montanhistas da comunidade" eheeheheh
26 jul
Zenaide
UM CONVITE !!!
Sei que o esfriamente é normal
Afastamento e coisa e tal
Mas quero muito reesquentar
Nossa “Pensamento Digital”
1719 membros registrados
Varios tópicos a criar e já criados
Debates interessantes em andamento
Por que continuam tão calados ????
A voces companheiros fiéis
Pergunto: Há algo a se fazer ?
Reflitam com carinho e com critica
E me digam, se puderem responder
História, Filosofia e Politica
É o mais comum e se discutir
Mas bom humor e entreterimento
Também é possível existir !!!
Escritores, Professores e Orkuteiros
Filósofos, jornalistas e artistas
Numerólogas, Astrólogos e estudantes...
Juntemo-nos todos os “ PD”entistas...!!!
Expressar uma opinião
Debater temas e acontecimentos
Convido a todos...
A digitalizarem seus pensamentos !!!
Zenaide....
Afastamento e coisa e tal
Mas quero muito reesquentar
Nossa “Pensamento Digital”
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Debates interessantes em andamento
Por que continuam tão calados ????
A voces companheiros fiéis
Pergunto: Há algo a se fazer ?
Reflitam com carinho e com critica
E me digam, se puderem responder
História, Filosofia e Politica
É o mais comum e se discutir
Mas bom humor e entreterimento
Também é possível existir !!!
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Numerólogas, Astrólogos e estudantes...
Juntemo-nos todos os “ PD”entistas...!!!
Expressar uma opinião
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Convido a todos...
A digitalizarem seus pensamentos !!!
Zenaide....
26 jul
Helena
Carolina de Holanda:
Li agora o que escreveste.
Aceita a proposta da Vida para desenvolveres esse tema ;)
E outros.
Li agora o que escreveste.
Aceita a proposta da Vida para desenvolveres esse tema ;)
E outros.
26 jul
Thomé
Ze, como não entendo nada de História, Política e Filosofia, estou esperando a coragem chegar para criar um tópico intimista em excesso. Um tópico que só servirá para que eu revele um acontecimento singelo e tocante de ontem.
Singelo e tocante é coisa de viado?
Singelo e tocante é coisa de viado?
26 jul
Helena
Zenaide, agradeço as tuas palavras mas a verdade é que eu já participo aqui mais do que deveria, pois participar nas comunidades, para quem não trabalha sentada na frente de um computador, significa que o faz só depois do trabalho.
Ou seja: mais participaçºao aqui, menos outras coisas realizadas ali, entendes?
Mas mesmo assim, vou aparecendo. Gosto daqui. :)
Ou seja: mais participaçºao aqui, menos outras coisas realizadas ali, entendes?
Mas mesmo assim, vou aparecendo. Gosto daqui. :)
26 jul
Zenaide
Helena....
Obrigada....!!!!
A vc....não tenho nada a pedir....apenas a agradecer !!!!
Minhas férias...acabaram...e minhas participações tbém diminuirão e muito infelizmente...pois tbém gosto muito daqui !!!!
A vc....não tenho nada a pedir....apenas a agradecer !!!!
Minhas férias...acabaram...e minhas participações tbém diminuirão e muito infelizmente...pois tbém gosto muito daqui !!!!
26 jul
Zenaide
Thomé...
"Singelo e tocante é coisa de viado? "
Eu não acho.....mas ser fosse....qual o problema ?????
Manda ver.....rsrs....!!!
Valeu !!
Eu não acho.....mas ser fosse....qual o problema ?????
Manda ver.....rsrs....!!!
Valeu !!
26 jul
Thomé
Mandei.
27 jul
Helena
Thomé disse:
"Lembro-me que a Helena também versou sobre as montanhas deste mundo."
Ahahahahah
Só agora é que reparei que não estava no mesmo tópico!
Eheheheheh..
Pior é que nem a comunidade é a mesma, acho!
Ahahaahh
Gracias pela observação, niño.
"Lembro-me que a Helena também versou sobre as montanhas deste mundo."
Ahahahahah
Só agora é que reparei que não estava no mesmo tópico!
Eheheheheh..
Pior é que nem a comunidade é a mesma, acho!
Ahahaahh
Gracias pela observação, niño.
27 jul
Helena
Sorry, Gustavo, mas é que eu confundi este tópico com outro, onde mais duas ou três pessoas, uma delas eu mesma, postaram versos sobre cumes e montanhas, daí o que eu disse sobre o título.
2 ago
Helena
Hoje eu vi um vídeo com um dragão sensual e uma vampira tarada e lembrei-me do Raul. Ehehehehh... É que ele era vermelho. Estava aqui tentar encontrar o vídeo mas está difícil, porque vi muitos e já não me lembro como lá cheguei.
2 set
Emiliano
Se existo...
(Emiliano Nunes)
Tudo que vive é um ensaio da morte
E o tempo é uma vertigem coletiva
E tudo vai se estende sem querer
Sem se dar do viver
Lentamente as coisas vão passando
E decompostas vão rolando lânguidas
Até não haver mais como seguir
E o destino é um guia ao acaso
Enfim, soterrado ou cremado
Se inexisto, não existe mais
O medo de deixar de existir
Tudo que vive é um ensaio da morte
E o tempo é uma vertigem coletiva
E tudo vai se estende sem querer
Sem se dar do viver
Lentamente as coisas vão passando
E decompostas vão rolando lânguidas
Até não haver mais como seguir
E o destino é um guia ao acaso
Enfim, soterrado ou cremado
Se inexisto, não existe mais
O medo de deixar de existir
7 set
Emiliano
A labuta
(Emiliano Nunes)
La fora, inquisidores carregam a foice,
Decapitando o inimigo, amigo dos bons.
Tudo sangra e fede na aurora
E a mesma flor de outrora, agora fétida,
Sangra aos olhos prata da lua cheia.
Os vivos pedem ajuda,
Mas são fracos demais para aceitá-la.
Sucumbem e dão ao seu algoz
O próprio néctar de sua existência,
Estendendo, ainda, o longo pescoço
Ao corte da foice amolada.
As cabeças rolam...
Rolam por aí, distante de seus corpos
E acabam por pousar.
Pousam vagarosamente nas valas escuras
E soterradas, adormecem na labuta
de um dia de sol.
La fora, inquisidores carregam a foice,
Decapitando o inimigo, amigo dos bons.
Tudo sangra e fede na aurora
E a mesma flor de outrora, agora fétida,
Sangra aos olhos prata da lua cheia.
Os vivos pedem ajuda,
Mas são fracos demais para aceitá-la.
Sucumbem e dão ao seu algoz
O próprio néctar de sua existência,
Estendendo, ainda, o longo pescoço
Ao corte da foice amolada.
As cabeças rolam...
Rolam por aí, distante de seus corpos
E acabam por pousar.
Pousam vagarosamente nas valas escuras
E soterradas, adormecem na labuta
de um dia de sol.
8 set
roberto
LOUCURA
Sempre soube que era diferente
Incomum, invulgar, incriado
Ou seria malcriado ?
Mas nunca havia pensado
Que poderia ser
Vampiro aprisionado num corpo
Espírito materializado ou ...
Matéria espiritualizando-se
Anjo caído na carne
Aprendendo mistérios divinos
Na angústia do vazio
Onde ainda não se é
O possível de ser
Eu me vi ...
Herói de meus próprios sonhos
Artesão da própria vida
Livre criador da criatura !
Hoje enlouqueço...
Sou Deus ! ?
O Cesurado
Incomum, invulgar, incriado
Ou seria malcriado ?
Mas nunca havia pensado
Que poderia ser
Vampiro aprisionado num corpo
Espírito materializado ou ...
Matéria espiritualizando-se
Anjo caído na carne
Aprendendo mistérios divinos
Na angústia do vazio
Onde ainda não se é
O possível de ser
Eu me vi ...
Herói de meus próprios sonhos
Artesão da própria vida
Livre criador da criatura !
Hoje enlouqueço...
Sou Deus ! ?
O Cesurado
8 set
Carol
Ui,Ui,fui,fui!
Hoje eu saí pra ver sol
E o sol me chamou de burra,
por estar em todos os lugares.
Disse que o amava.
Declarei meu amor e fui ameaçada.
Sol,Sol,Sol não me deixe pior.
Essa tua estória já sei de cor
Se tu não ouvir meus mandamentos
te mandarei raios ultra-violentos.
Ui,UI,UI
Fui,Fui,Fui.
E o sol me chamou de burra,
por estar em todos os lugares.
Disse que o amava.
Declarei meu amor e fui ameaçada.
Sol,Sol,Sol não me deixe pior.
Essa tua estória já sei de cor
Se tu não ouvir meus mandamentos
te mandarei raios ultra-violentos.
Ui,UI,UI
Fui,Fui,Fui.
9 set
Carol
Também escrevo em Inglês
Cry,Cry,Cry
Don´t say
Bye Bye Bye
Don´t say
Bye Bye Bye
9 set
Carol
Batata Inglesa
Batatinha
Batatando
batata sem parar
Batatinha
Batatando
Batata pra fritar.
Batatando
batata sem parar
Batatinha
Batatando
Batata pra fritar.
13 set
janjaum
a infantilidade renassida da embriaguees,
qe agrada ao bodegueiro
e o freguees.
eu qe fiz.
qe agrada ao bodegueiro
e o freguees.
eu qe fiz.
25 set
Emiliano
Uma brincadeirinha que fiz ao meu mineirinho:
Ao Mineirinho
Oi meu bebeinho
que rima com chumbinho
e gosta de queijinho
e abandonou meu ninho
deixando-me sozinho
na casa abandonada
e a porta aqui fechada
e a louça bagunçada
na pia encharcada
de tanta coisa usada
Ta frio na cidade
e assim, queimando me invade
seja cedo, noite ou tarde
essa mesma tal saudade
Oi meu bebeinho
que rima com chumbinho
e gosta de queijinho
e abandonou meu ninho
deixando-me sozinho
na casa abandonada
e a porta aqui fechada
e a louça bagunçada
na pia encharcada
de tanta coisa usada
Ta frio na cidade
e assim, queimando me invade
seja cedo, noite ou tarde
essa mesma tal saudade
26 set
Helena
Emiliano, fizeste-me lembrar aquelas maluquices que o Fernando Pessoa escrevia para a Ofélia Queiroz, quando estava mais atacado. heeheheheh
Isto para não dizer que eu faz escrevi muitas patetices dessas. Ahaahahahahahahh...
É que o meu namorado era como o teu. Também ia embora sem lavar a loiça. ;)
Isto para não dizer que eu faz escrevi muitas patetices dessas. Ahaahahahahahahh...
É que o meu namorado era como o teu. Também ia embora sem lavar a loiça. ;)
27 set
janjaum
Respeitável Público.
O que será mais desolador, reconhecer-se um palhaço ou não querer ser reconhecido como o tal? Quem nesta vida ainda não viu um palhaço? Será que cada membro da sociedade precisa de circos para ver algum palhaço em cena?
O que é o palhaço? O palhaço é um elemento social de olhar vazio, que usa o seu olhar profundo para expressar o que não sente (nem deve sentir por profissionalismo). O palhaço não tem rosto explícito, só tem o olhar. O palhaço é aquele que sempre se dá mal nas estórias.
O palhaço é assim: sofre e faz rir; possui uma expressão forte no olhar, mas não tem rosto visível. Só que as pessoas não sabem o que os palhaços aprendem nas escolas de circo. O que será que eles aprendem?
A primeira coisa que um bom palhaço aprende numa escola de circo é atuar como se fosse uma tábua rasa, para tanto o seu olhar deve expressar, no seu brilho, a sensação do vazio. O palhaço não pode usar a mente, não pode ter sentimentos próprios, não deve sentir dor. Mas por que será que o palhaço é assim? A resposta é simples: o palhaço enxerga os verdadeiros palhaços diante do seu público.
Eu explicarei melhor. O palhaço deve atuar como uma tábua rasa para não ter mente, sensações e sentimentos para dialogar com o seu respeitável público, mesmo que o público não decodifique o seu verdadeiro discurso e gestos, o que acontece na grande maioria dos casos.
O “palhaço”, no íntimo, enxerga que todos à sua volta são palhaços de carteirinha, e que o “respeitável público” ainda paga por isto na sua ignorância. Mas, quem é o “respeitável público”?
O “respeitável público” é aquele que ri da desgraça do “palhaço”, do seu jeito sem jeito, da sua expressão do tipo sei lá, da sua curiosidade inútil, da sua feiúra e da sua roupa fora dos padrões. O “respeitável público” ri de tudo o que o “palhaço” não pode ser, sem perceber que os “palhaços” que atuam nos picadeiros da vida podem não ser tudo, menos palhaços.
O que é o palhaço? O palhaço é um elemento social de olhar vazio, que usa o seu olhar profundo para expressar o que não sente (nem deve sentir por profissionalismo). O palhaço não tem rosto explícito, só tem o olhar. O palhaço é aquele que sempre se dá mal nas estórias.
O palhaço é assim: sofre e faz rir; possui uma expressão forte no olhar, mas não tem rosto visível. Só que as pessoas não sabem o que os palhaços aprendem nas escolas de circo. O que será que eles aprendem?
A primeira coisa que um bom palhaço aprende numa escola de circo é atuar como se fosse uma tábua rasa, para tanto o seu olhar deve expressar, no seu brilho, a sensação do vazio. O palhaço não pode usar a mente, não pode ter sentimentos próprios, não deve sentir dor. Mas por que será que o palhaço é assim? A resposta é simples: o palhaço enxerga os verdadeiros palhaços diante do seu público.
Eu explicarei melhor. O palhaço deve atuar como uma tábua rasa para não ter mente, sensações e sentimentos para dialogar com o seu respeitável público, mesmo que o público não decodifique o seu verdadeiro discurso e gestos, o que acontece na grande maioria dos casos.
O “palhaço”, no íntimo, enxerga que todos à sua volta são palhaços de carteirinha, e que o “respeitável público” ainda paga por isto na sua ignorância. Mas, quem é o “respeitável público”?
O “respeitável público” é aquele que ri da desgraça do “palhaço”, do seu jeito sem jeito, da sua expressão do tipo sei lá, da sua curiosidade inútil, da sua feiúra e da sua roupa fora dos padrões. O “respeitável público” ri de tudo o que o “palhaço” não pode ser, sem perceber que os “palhaços” que atuam nos picadeiros da vida podem não ser tudo, menos palhaços.
27 set
janjaum
Enquanto o “respeitável público” ri da desgraça alheia, o “palhaço” com o seu olhar interpreta a sociedade com o seu olhar vazio, dissimulado por uma lágrima de tinta pintada no rosto. A imagem do “palhaço” é enganadora. Pensem nisto.
O “palhaço” ri junto com o seu “respeitável público”, só que este ri do seu público. O que é um circo senão a própria vida?
Nos picadeiros dos circos são interpretadas as situações do nosso cotidiano, pois na vida há alguém que sofre enquanto um outro ri. Será que o Tim Maia era um “palhaço”?
Na vida cotidiana nós somos os palhaços da sociedade, pois levamos chutes no traseiro, insistimos naquelas curiosidades inúteis que nos levam a lugar nenhum e sem utopias, batemos cabeças, levamos tapas, recebemos telefonemas nas orelhas com pratos de percussão e tudo parece estar bem.
A imagem do “palhaço” é enganadora, pensem novamente nisto, pois o nariz de “palhaço” não é um acessório de riso como parece, assim como o próprio “palhaço” é enganador. O nariz de “palhaço” é uma arma pessoal que o torna introspectivo, ou seja, o faz ter conhecimento de si e de tudo o que está à sua volta. Logo, o “palhaço” é uma figura filosófica.
O “palhaço” com o seu nariz fica vesgo não para fazer rir, como aparenta, mas para usar deste acessório como uma ferramenta que o faz olhar para si. Os outros acessórios, também importantes, servem para ele apenas ser visto com destaque.
Assim é o “palhaço”, ele dialoga com o seu “respeitável público” usando um recurso incompreensível para a grande maioria do público, mas palhaço é quem não tem a cara de palhaço, a pinta de palhaço, o jeito de palhaço e o nariz de palhaço. Quem segue os padrões da sociedade não se destaca o suficiente dos outros para enxergar isto. A vida é um grande circo.
O olhar vesgo do “palhaço” força o seu auto-conhecimento que expressa exatamente isto. Muitas vezes devemos ser tábuas rasas para não enxergarmos isto, pois o auto-conhecimento dói, pensar dói, viver dói e tudo dói.
O “palhaço” ri junto com o seu “respeitável público”, só que este ri do seu público. O que é um circo senão a própria vida?
Nos picadeiros dos circos são interpretadas as situações do nosso cotidiano, pois na vida há alguém que sofre enquanto um outro ri. Será que o Tim Maia era um “palhaço”?
Na vida cotidiana nós somos os palhaços da sociedade, pois levamos chutes no traseiro, insistimos naquelas curiosidades inúteis que nos levam a lugar nenhum e sem utopias, batemos cabeças, levamos tapas, recebemos telefonemas nas orelhas com pratos de percussão e tudo parece estar bem.
A imagem do “palhaço” é enganadora, pensem novamente nisto, pois o nariz de “palhaço” não é um acessório de riso como parece, assim como o próprio “palhaço” é enganador. O nariz de “palhaço” é uma arma pessoal que o torna introspectivo, ou seja, o faz ter conhecimento de si e de tudo o que está à sua volta. Logo, o “palhaço” é uma figura filosófica.
O “palhaço” com o seu nariz fica vesgo não para fazer rir, como aparenta, mas para usar deste acessório como uma ferramenta que o faz olhar para si. Os outros acessórios, também importantes, servem para ele apenas ser visto com destaque.
Assim é o “palhaço”, ele dialoga com o seu “respeitável público” usando um recurso incompreensível para a grande maioria do público, mas palhaço é quem não tem a cara de palhaço, a pinta de palhaço, o jeito de palhaço e o nariz de palhaço. Quem segue os padrões da sociedade não se destaca o suficiente dos outros para enxergar isto. A vida é um grande circo.
O olhar vesgo do “palhaço” força o seu auto-conhecimento que expressa exatamente isto. Muitas vezes devemos ser tábuas rasas para não enxergarmos isto, pois o auto-conhecimento dói, pensar dói, viver dói e tudo dói.
27 set
janjaum
O verdadeiro palhaço não é aquele que esconde a cara, a nossa máscara social é muito mais transparente do que pensamos. Olhem-se no espelho.
Será que John Locke, filósofo inglês, quando dizia que nós nascemos como se fossemos tábuas rasas quis dizer que nós nascemos como palhaços? Será que ele fez alguma escola de circo? Há muito que discutir aqui.
Se pudéssemos ver um profissional do circo chamado de palhaço atuando sem a face pintada, viríamos a expressão do ódio direcionada para o público, viríamos a seriedade no seu rosto, viríamos o seu sorriso leve devolvendo os risos debochados para os “respeitáveis” que não sabem que riem de si, viríamos a sensação do pensador sem apelar para a escultura de Rodin, mas ele não deve sentir nada disto por profissionalismo. O “palhaço” aprende com o público e ainda agradece.
Quem aqui nunca foi palhaço? Se ainda têm dúvidas nunca digam que não são palhaços. Os verdadeiros palhaços são aqueles que pagam pelos ingressos dos circos pelo mundo afora para não perceberem isto. Pensem muito nisto, pois o palhaço no seu íntimo sabe a diferença que há entre a alegria efêmera e a felicidade. Este é o nosso amargo fim.
eu qe fiz
Será que John Locke, filósofo inglês, quando dizia que nós nascemos como se fossemos tábuas rasas quis dizer que nós nascemos como palhaços? Será que ele fez alguma escola de circo? Há muito que discutir aqui.
Se pudéssemos ver um profissional do circo chamado de palhaço atuando sem a face pintada, viríamos a expressão do ódio direcionada para o público, viríamos a seriedade no seu rosto, viríamos o seu sorriso leve devolvendo os risos debochados para os “respeitáveis” que não sabem que riem de si, viríamos a sensação do pensador sem apelar para a escultura de Rodin, mas ele não deve sentir nada disto por profissionalismo. O “palhaço” aprende com o público e ainda agradece.
Quem aqui nunca foi palhaço? Se ainda têm dúvidas nunca digam que não são palhaços. Os verdadeiros palhaços são aqueles que pagam pelos ingressos dos circos pelo mundo afora para não perceberem isto. Pensem muito nisto, pois o palhaço no seu íntimo sabe a diferença que há entre a alegria efêmera e a felicidade. Este é o nosso amargo fim.
eu qe fiz
27 set
Helena
O Janjaum era muito mais interessante quando falava naquele seu dialecto particular.
27 set
Helena
Voltando ao texto do Janjaum, que tenho pena de não estar escrito em Janjauês...
Eu gosto de palhaços, bobos e afins.
Eu mesma sou muito palhaça às vezes, quando estou bem disposta. Quando não estou talvez seja mais palhaça ainda que a isso eu não possa chamar de ser palhaço e sim ser ridículo, que é algo que somos todos, ainda mais do que palhaços, pois palhaço não está ao alcance de todos serem, bons palhaços, digo eu.
Conheço alguns palhaços profissionais e são todos diferentes tanto enquanto pessoas como enquanto palhaços, obviamente.
Mas, uma coisa é certa, em nenhum deles observei em momento algum esse ódio de que fala o texto, nem a trabalhar nem a confraternizar com os amigos. É certo que não são pessoas que eu conheça muito intimamente, mas de todas as vezes que estive com eles estavam sempre muito naturalmente animados, exceptuando de uma vez que um deles, que até é uma mulher, estava muito zangada com o Presidente da Câmara de Lisboa e com o MEC (então Ministério da Educação e Cultura), isto, já lá vão muitos anos.
Quanto à vida ser um circo, porque não a vermos assim?
A minha mãe diz que é um jogo, o que também faz sentido.
Tenho uma amiga que diz que é um teatro. Também pode ser.
O Marcolini do "Dom Casmurro" dizia que era uma ópera. Sim, acho que a vida também pode ser vista como tal.
Para mim, a Vida é essencialmente Experimental e não há que ter medo, pois todos sabemos qual será a experiência final. Não sabemos é como é como irá ser essa experiência mas, se soubéssemos, acho que perderia a graça.
Eu gosto de palhaços, bobos e afins.
Eu mesma sou muito palhaça às vezes, quando estou bem disposta. Quando não estou talvez seja mais palhaça ainda que a isso eu não possa chamar de ser palhaço e sim ser ridículo, que é algo que somos todos, ainda mais do que palhaços, pois palhaço não está ao alcance de todos serem, bons palhaços, digo eu.
Conheço alguns palhaços profissionais e são todos diferentes tanto enquanto pessoas como enquanto palhaços, obviamente.
Mas, uma coisa é certa, em nenhum deles observei em momento algum esse ódio de que fala o texto, nem a trabalhar nem a confraternizar com os amigos. É certo que não são pessoas que eu conheça muito intimamente, mas de todas as vezes que estive com eles estavam sempre muito naturalmente animados, exceptuando de uma vez que um deles, que até é uma mulher, estava muito zangada com o Presidente da Câmara de Lisboa e com o MEC (então Ministério da Educação e Cultura), isto, já lá vão muitos anos.
Quanto à vida ser um circo, porque não a vermos assim?
A minha mãe diz que é um jogo, o que também faz sentido.
Tenho uma amiga que diz que é um teatro. Também pode ser.
O Marcolini do "Dom Casmurro" dizia que era uma ópera. Sim, acho que a vida também pode ser vista como tal.
Para mim, a Vida é essencialmente Experimental e não há que ter medo, pois todos sabemos qual será a experiência final. Não sabemos é como é como irá ser essa experiência mas, se soubéssemos, acho que perderia a graça.
27 set
Helena
Já vi, lá no outro tópico que este texto é dedicado ao Tiririca, que eu não conheço, mas se bem me lembro é aquele cómico que se candidatou à Presidência do Brasil.
Vou ver qual o tip de humor do Tiririca e depois talvez eu responda lá.
Vou ver qual o tip de humor do Tiririca e depois talvez eu responda lá.
28 set
roberto
O Coro Neo
O
coro neo
diz cadente
(iminente
futuro
pre-sente) :
“O
coronel
decadente
outrora
eminente
imponente
agora
impotente
nu bar-ri-agudo
dor-mente
diz-graça-do
ex-comum-gado
ex-ilha-do
só-brado
chora-à-mingua”
O Cesurado
coro neo
diz cadente
(iminente
futuro
pre-sente) :
“O
coronel
decadente
outrora
eminente
imponente
agora
impotente
nu bar-ri-agudo
dor-mente
diz-graça-do
ex-comum-gado
ex-ilha-do
só-brado
chora-à-mingua”
O Cesurado
30 set
Aetas Cüom
Queime noite negra,
A alma dos vigilantes,
Sonhadores constantes,
Impregnados de paixão;
Sejas tu noite,
A flecha lançada pelo arco,
Antes de ires embora,
Faça do sol, sombra, ofuscando a aurora,
Semeie com teus tentáculos,
Em terra branda, o grito de outrora.
Vai noite,
Alucina os alucinados,
Destile teu veneno no sangue dos coitados,
Seja mortal para quem não se importa,
Julgue os culpados,
Faça esperar, quem tem pressa,
Apague a luz dos iluminados.
Mergulhe noite, como uma suave chuva,
Que corta as ruas como laminas de gelo,
Alimentando os anfíbios,
Congelando os casulos dos enfermos
Titubeie noite,
Vasculhando cada canto,
Saboreando as perversas notas,
Mostre a linguagem noturna para as almas mortas,
Ensine-os a sonhar, sem dormir.
Cante noite, a canção proibida no ouvido dos surdos,
Faça cantar os mudos,
E os cegos, faça-os dançar,
No teu chão, a dança das luas.
Visite noite, as almas atormentadas,
Castigadas pela solidão,
Estenda a eles, tua mão,
Caia sobre o tempo
Como uma cortina aveludada,
Com teus cenários sombrios
E tuas máscaras encantadas
Suspire noite, uma suave neblina,
Suspendendo no ar um aroma cítrico,
Embalando em teu berço os amantes,
Enamorados pela tua aérea negra.
Rasteje noite, onde a luz se torna remanescente,
Deixe cair tuas estrelas cadentes,
Como lágrimas luminosas,
Beijando teu rosto carente.
Veja noite, o olhar febril dos indigentes,
Que nas ruas perambulam, embriagados.
Tristes sonhos despedaçados,
Monólogos inacabados.
Dê a eles a esperança, de serem adotados.
Corra noite, entre as arvores e os arbustos,
Refrigere a alma dos lobos,
Alimente os vampiros,
Desperte a consciência dos loucos
A alma dos vigilantes,
Sonhadores constantes,
Impregnados de paixão;
Sejas tu noite,
A flecha lançada pelo arco,
Antes de ires embora,
Faça do sol, sombra, ofuscando a aurora,
Semeie com teus tentáculos,
Em terra branda, o grito de outrora.
Vai noite,
Alucina os alucinados,
Destile teu veneno no sangue dos coitados,
Seja mortal para quem não se importa,
Julgue os culpados,
Faça esperar, quem tem pressa,
Apague a luz dos iluminados.
Mergulhe noite, como uma suave chuva,
Que corta as ruas como laminas de gelo,
Alimentando os anfíbios,
Congelando os casulos dos enfermos
Titubeie noite,
Vasculhando cada canto,
Saboreando as perversas notas,
Mostre a linguagem noturna para as almas mortas,
Ensine-os a sonhar, sem dormir.
Cante noite, a canção proibida no ouvido dos surdos,
Faça cantar os mudos,
E os cegos, faça-os dançar,
No teu chão, a dança das luas.
Visite noite, as almas atormentadas,
Castigadas pela solidão,
Estenda a eles, tua mão,
Caia sobre o tempo
Como uma cortina aveludada,
Com teus cenários sombrios
E tuas máscaras encantadas
Suspire noite, uma suave neblina,
Suspendendo no ar um aroma cítrico,
Embalando em teu berço os amantes,
Enamorados pela tua aérea negra.
Rasteje noite, onde a luz se torna remanescente,
Deixe cair tuas estrelas cadentes,
Como lágrimas luminosas,
Beijando teu rosto carente.
Veja noite, o olhar febril dos indigentes,
Que nas ruas perambulam, embriagados.
Tristes sonhos despedaçados,
Monólogos inacabados.
Dê a eles a esperança, de serem adotados.
Corra noite, entre as arvores e os arbustos,
Refrigere a alma dos lobos,
Alimente os vampiros,
Desperte a consciência dos loucos
30 set
janjaum
carol
eu subi no auto da montânia e fiz mais de dez miu ditados, qe a professora ditou para mim de um telefone selular. cuando voutei ela corrijiu tudo e viu qe eu estou apito para escrever na internete.
30 set
janjaum
Poema de um amigo dedicado a mim.
NOITE
Cai a noite sem fim,
Manto negro estrelado sem pressa,
O que despreza lugar inócuo e gelado.
A sombra por traz da morte,
Faz-se viva na terra escura.
E os olhos, o que vêem?
Além de trevas sangrentas,
Tempestades violentas,
Pesadelos pesados.
E como seguir adiante?
Cegar o céu sem fim?
Buscando as estrelas brilhantes?
E como seguir?
Se o fardo acusa a corcunda
Dos imperfeitos.
Venha noite,
Sopre o vento mais frio,
Escureça e gele o que já se foi,
E se nada restou,
Escurece ainda mais, sem pressa,
O que despreza, sem luz,
O que não produz,
Sereneis lentamente,
Vagueis pelas encruzilhadas,
Vigia com teus olhos noturnos,
A madrugada.
Siga noite, a escuridão,
Com patas de um cavalo flamejante,
De um fogo azul constante.
Corra noite, com as folhas mortas no chão,
Galopando junto ao vento, eleve-as ao crepúsculo.
Segue o brilho sem brilho,
Segue o instinto indomável,
Carrega em tua ânsia,
A alma dos desolados.
Vá noite, segue o azul-marinho,
Ofusca com teus olhos negros,
Os diamantes cravejados,
De um céu estrelado,
Porém incompleto.
E quem sabe tu possas,
Completar a escuridão?
Venha noite negra,
Rasgue o tempo sem pressa.
Alimente os famintos,
Sugere tuas fases aos desacordados,
Que clamam por escuridão com os olhos encharcados,
Venha desejar, assim que o sol se por,
Após beijar o mar.
Venha noite, fazer o coração despertar,
Sem pressa de se apressar,
Sem olhos para ver, sem boca para falar,
Traga consigo o silêncio absoluto,
Faça da terra teu luto,
Faça suspender o ar noturno.
Involuntariamente,
Jogue no abismo, os corações doentes.
Seja noite escura,
Como asas de um anjo negro,
Rasgando os céus como uma espada furiosa;
Aço, pedra e fogo.
Console a alma dos inquietos.
Noite de infinito azul,
Transcende o âmbar dos corpos nus,
Rasteje entre as entranhas de toda a carne quente e trêmula,
Lance seus anzóis além da escuridão,
Faça cegar a vista sem perder a razão
Cai a noite sem fim,
Manto negro estrelado sem pressa,
O que despreza lugar inócuo e gelado.
A sombra por traz da morte,
Faz-se viva na terra escura.
E os olhos, o que vêem?
Além de trevas sangrentas,
Tempestades violentas,
Pesadelos pesados.
E como seguir adiante?
Cegar o céu sem fim?
Buscando as estrelas brilhantes?
E como seguir?
Se o fardo acusa a corcunda
Dos imperfeitos.
Venha noite,
Sopre o vento mais frio,
Escureça e gele o que já se foi,
E se nada restou,
Escurece ainda mais, sem pressa,
O que despreza, sem luz,
O que não produz,
Sereneis lentamente,
Vagueis pelas encruzilhadas,
Vigia com teus olhos noturnos,
A madrugada.
Siga noite, a escuridão,
Com patas de um cavalo flamejante,
De um fogo azul constante.
Corra noite, com as folhas mortas no chão,
Galopando junto ao vento, eleve-as ao crepúsculo.
Segue o brilho sem brilho,
Segue o instinto indomável,
Carrega em tua ânsia,
A alma dos desolados.
Vá noite, segue o azul-marinho,
Ofusca com teus olhos negros,
Os diamantes cravejados,
De um céu estrelado,
Porém incompleto.
E quem sabe tu possas,
Completar a escuridão?
Venha noite negra,
Rasgue o tempo sem pressa.
Alimente os famintos,
Sugere tuas fases aos desacordados,
Que clamam por escuridão com os olhos encharcados,
Venha desejar, assim que o sol se por,
Após beijar o mar.
Venha noite, fazer o coração despertar,
Sem pressa de se apressar,
Sem olhos para ver, sem boca para falar,
Traga consigo o silêncio absoluto,
Faça da terra teu luto,
Faça suspender o ar noturno.
Involuntariamente,
Jogue no abismo, os corações doentes.
Seja noite escura,
Como asas de um anjo negro,
Rasgando os céus como uma espada furiosa;
Aço, pedra e fogo.
Console a alma dos inquietos.
Noite de infinito azul,
Transcende o âmbar dos corpos nus,
Rasteje entre as entranhas de toda a carne quente e trêmula,
Lance seus anzóis além da escuridão,
Faça cegar a vista sem perder a razão
30 set
janjaum
Queime noite negra,
A alma dos vigilantes,
Sonhadores constantes,
Impregnados de paixão;
Sejas tu noite,
A flecha lançada pelo arco,
Antes de ires embora,
Faça do sol, sombra, ofuscando a aurora,
Semeie com teus tentáculos,
Em terra branda, o grito de outrora.
Vai noite,
Alucina os alucinados,
Destile teu veneno no sangue dos coitados,
Seja mortal para quem não se importa,
Julgue os culpados,
Faça esperar, quem tem pressa,
Apague a luz dos iluminados.
Mergulhe noite, como uma suave chuva,
Que corta as ruas como laminas de gelo,
Alimentando os anfíbios,
Congelando os casulos dos enfermos
Titubeie noite,
Vasculhando cada canto,
Saboreando as perversas notas,
Mostre a linguagem noturna para as almas mortas,
Ensine-os a sonhar, sem dormir.
Cante noite, a canção proibida no ouvido dos surdos,
Faça cantar os mudos,
E os cegos, faça-os dançar,
No teu chão, a dança das luas.
Visite noite, as almas atormentadas,
Castigadas pela solidão,
Estenda a eles, tua mão,
Caia sobre o tempo
Como uma cortina aveludada,
Com teus cenários sombrios
E tuas máscaras encantadas
Suspire noite, uma suave neblina,
Suspendendo no ar um aroma cítrico,
Embalando em teu berço os amantes,
Enamorados pela tua aérea negra.
Rasteje noite, onde a luz se torna remanescente,
Deixe cair tuas estrelas cadentes,
Como lágrimas luminosas,
Beijando teu rosto carente.
Veja noite, o olhar febril dos indigentes,
Que nas ruas perambulam, embriagados.
Tristes sonhos despedaçados,
Monólogos inacabados.
Dê a eles a esperança, de serem adotados.
Corra noite, entre as arvores e os arbustos,
Refrigere a alma dos lobos,
Alimente os vampiros,
Desperte a consciência dos loucos
A alma dos vigilantes,
Sonhadores constantes,
Impregnados de paixão;
Sejas tu noite,
A flecha lançada pelo arco,
Antes de ires embora,
Faça do sol, sombra, ofuscando a aurora,
Semeie com teus tentáculos,
Em terra branda, o grito de outrora.
Vai noite,
Alucina os alucinados,
Destile teu veneno no sangue dos coitados,
Seja mortal para quem não se importa,
Julgue os culpados,
Faça esperar, quem tem pressa,
Apague a luz dos iluminados.
Mergulhe noite, como uma suave chuva,
Que corta as ruas como laminas de gelo,
Alimentando os anfíbios,
Congelando os casulos dos enfermos
Titubeie noite,
Vasculhando cada canto,
Saboreando as perversas notas,
Mostre a linguagem noturna para as almas mortas,
Ensine-os a sonhar, sem dormir.
Cante noite, a canção proibida no ouvido dos surdos,
Faça cantar os mudos,
E os cegos, faça-os dançar,
No teu chão, a dança das luas.
Visite noite, as almas atormentadas,
Castigadas pela solidão,
Estenda a eles, tua mão,
Caia sobre o tempo
Como uma cortina aveludada,
Com teus cenários sombrios
E tuas máscaras encantadas
Suspire noite, uma suave neblina,
Suspendendo no ar um aroma cítrico,
Embalando em teu berço os amantes,
Enamorados pela tua aérea negra.
Rasteje noite, onde a luz se torna remanescente,
Deixe cair tuas estrelas cadentes,
Como lágrimas luminosas,
Beijando teu rosto carente.
Veja noite, o olhar febril dos indigentes,
Que nas ruas perambulam, embriagados.
Tristes sonhos despedaçados,
Monólogos inacabados.
Dê a eles a esperança, de serem adotados.
Corra noite, entre as arvores e os arbustos,
Refrigere a alma dos lobos,
Alimente os vampiros,
Desperte a consciência dos loucos
30 set
janjaum
Seja noite, o fio na navalha dos culpados,
Corte-lhes a cara,
Mostre a verdade além do céu estrelado.
Seja noite preta,
Mas não te cales perante os malvados.
Faça noite, adormecer os demônios,
Vista teu cavaleiro prateado,
Com armas de ouro e manto sagrado.
Faça despertar os alecrins,
Faça lacrimejar os telhados.
Vá noite, alimente o dragão faminto,
Siga escurecendo, crescendo,
Além do infinito... .
Homenagem ao texto do Janjão: "Existencialismo e Natureza" e seu contemplamento pela escuridão; a natureza da noite.
Alexander Chakov.
Resposta:
Torno tuas palavras métricas poéticas,
Para mostrar-lhe, amigo,
Que tens o realismo de um poeta.
By Janjaum.
Corte-lhes a cara,
Mostre a verdade além do céu estrelado.
Seja noite preta,
Mas não te cales perante os malvados.
Faça noite, adormecer os demônios,
Vista teu cavaleiro prateado,
Com armas de ouro e manto sagrado.
Faça despertar os alecrins,
Faça lacrimejar os telhados.
Vá noite, alimente o dragão faminto,
Siga escurecendo, crescendo,
Além do infinito... .
Homenagem ao texto do Janjão: "Existencialismo e Natureza" e seu contemplamento pela escuridão; a natureza da noite.
Alexander Chakov.
Resposta:
Torno tuas palavras métricas poéticas,
Para mostrar-lhe, amigo,
Que tens o realismo de um poeta.
By Janjaum.
25 out
Emiliano
O Ciúme
(Emiliano Nunes)
Eis que surge um vão.
É a sombra que nasce da luz,
antes qual, tão cintilante;
agora turva sem permissão,
sem se mostrar a olho nu
em silenciosa infecção.
Vai crescendo e se fazendo,
engendrando das trevas:
Negros buracos do coração.
Como duas grandes mãos
a apertar e estrangular,
rompendo a razão, rompendo a razão.
Deixando morta e derramada
Aquela mesma, finada paixão.
Eis que surge um vão.
É a sombra que nasce da luz,
antes qual, tão cintilante;
agora turva sem permissão,
sem se mostrar a olho nu
em silenciosa infecção.
Vai crescendo e se fazendo,
engendrando das trevas:
Negros buracos do coração.
Como duas grandes mãos
a apertar e estrangular,
rompendo a razão, rompendo a razão.
Deixando morta e derramada
Aquela mesma, finada paixão.
25 out
roberto
ESTRANHEZA
Que estranho !
Não sei se é o que dissestes
Ou se o que por ti foi dito
Se fundiu com o que eu dizia
E o que eu digo agora
Não é mais a tua palavra
Nem tampouco é a minha
Parece que o que ouvi de ti
Ressoou diferente em mim
Sei que não é mais o que eu dizia
Mas soa como sempre o houvesse dito
Sem deixar de ser o que dissestes
Continua a ser o que eu já disse
Afirmação do que dissestes
Confirmando o que eu dizia
Nem plágio nem tautologia
O mesmo diferente
Muito estranho !
O Cesurado
Não sei se é o que dissestes
Ou se o que por ti foi dito
Se fundiu com o que eu dizia
E o que eu digo agora
Não é mais a tua palavra
Nem tampouco é a minha
Parece que o que ouvi de ti
Ressoou diferente em mim
Sei que não é mais o que eu dizia
Mas soa como sempre o houvesse dito
Sem deixar de ser o que dissestes
Continua a ser o que eu já disse
Afirmação do que dissestes
Confirmando o que eu dizia
Nem plágio nem tautologia
O mesmo diferente
Muito estranho !
O Cesurado
29 out
Hamlet
Invocação
Invoco a fúria de uma força nova
Impoluta impensada potência
Cósmica lei ainda sem evidência
Que o consenso em geral não aprova
A potestade que a alma louva
Em seus delírios maquinais d'essência
Vangloriando-se da própria existência
Naquela alta e solitária corcova
Daquele monte ideal e ilhado
Tão alto quanto o sonho imaginado
Tão só quanto o silêncio circundante
O céu vazio e o sol sem brilho...
O frio astro jamais teve um filho
O céu cinzento sempre foi distante.
Impoluta impensada potência
Cósmica lei ainda sem evidência
Que o consenso em geral não aprova
A potestade que a alma louva
Em seus delírios maquinais d'essência
Vangloriando-se da própria existência
Naquela alta e solitária corcova
Daquele monte ideal e ilhado
Tão alto quanto o sonho imaginado
Tão só quanto o silêncio circundante
O céu vazio e o sol sem brilho...
O frio astro jamais teve um filho
O céu cinzento sempre foi distante.
10 nov
Emiliano
Latente
(Emiliano Nunes)
Põe-se o tempo ao breu
E renasce ao rubro sol nascente.
Meu “eu” é todo seu
E se estende em dor latente.
A cada inspirar de vida
Ou expurgar de entranhas,
E vejo assim nascidas,
Borbulhar paixões estranhas.
Não mais, tais como as de antes:
Lumes de brilho efêmero,
A despertar do abrigo amante
Já abortadas no próprio gênero.
O que dizer desse querer?
Que me faz jorrar em júbilo
Ou me prostrar no meu temer,
De um involuntário medo súbito.
É a dor viciante que arde sincera,
Que em meu peito incinera;
Pondo-me a posto do queimar da chama,
Da qual só sabe aquele que ama.
Põe-se o tempo ao breu
E renasce ao rubro sol nascente.
Meu “eu” é todo seu
E se estende em dor latente.
A cada inspirar de vida
Ou expurgar de entranhas,
E vejo assim nascidas,
Borbulhar paixões estranhas.
Não mais, tais como as de antes:
Lumes de brilho efêmero,
A despertar do abrigo amante
Já abortadas no próprio gênero.
O que dizer desse querer?
Que me faz jorrar em júbilo
Ou me prostrar no meu temer,
De um involuntário medo súbito.
É a dor viciante que arde sincera,
Que em meu peito incinera;
Pondo-me a posto do queimar da chama,
Da qual só sabe aquele que ama.
10 nov
roberto
A CAMA
Cadáver insepulto
Fui fazer a própria cama
Como se cama ainda houvesse
E de pé ante a cova vazia
Olhei a eternidade oca
No meio do turbilhão revolto
Do que não foi
Não é
Nem nunca será
E ... mais uma vez
Amanheceu !
O Cesurado
Cadáver insepulto
Fui fazer a própria cama
Como se cama ainda houvesse
E de pé ante a cova vazia
Olhei a eternidade oca
No meio do turbilhão revolto
Do que não foi
Não é
Nem nunca será
E ... mais uma vez
Amanheceu !
O Cesurado
10 nov
Dennise
Vou pedir uma licença...
Pros escritores daqui
Pra postar o primeiro poema que li
Em dias de primavera com chuva e sol batendo na janela....
Leilão de Jardim - Cecília Meireles
Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio
de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua
canção?
E o grilinho dentro
do chão?
(Este é meu leilão!)
Pros escritores daqui
Pra postar o primeiro poema que li
Em dias de primavera com chuva e sol batendo na janela....
Leilão de Jardim - Cecília Meireles
Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio
de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua
canção?
E o grilinho dentro
do chão?
(Este é meu leilão!)
13 nov (5 dias atrás)
Emiliano
As persianas
(Emiliano Nunes)
Não me percebi.
Mas estou aqui!
E há muito pequenos instantes.
Desde sempre?
Já não posso saber,
Pois já me perdi
Dos quantos outonos se passaram
E quantas folhas ou vidas
Derramaram-se ao tempo.
E o tempo é uma cortina,
Cujas negras persianas
Jamais me permitiram a luz.
Contemplo este momento
Com meus entes de sempre:
Moscas a voejar na eternidade
Do meu sempre eu
Ou fungos
A exalar no espaço úmido
Suas entranhas,
Imbuídas de assustador
Mim mesmo?
Posso abrir esta janela.
Posso lançar tudo ao léu.
Posso tudo neste vão de vida.
Mas recolho-me ao escuro;
E calado, vou fazendo meu discurso
Do qual nunca atravessa
As persianas fechadas
Não me percebi.
Mas estou aqui!
E há muito pequenos instantes.
Desde sempre?
Já não posso saber,
Pois já me perdi
Dos quantos outonos se passaram
E quantas folhas ou vidas
Derramaram-se ao tempo.
E o tempo é uma cortina,
Cujas negras persianas
Jamais me permitiram a luz.
Contemplo este momento
Com meus entes de sempre:
Moscas a voejar na eternidade
Do meu sempre eu
Ou fungos
A exalar no espaço úmido
Suas entranhas,
Imbuídas de assustador
Mim mesmo?
Posso abrir esta janela.
Posso lançar tudo ao léu.
Posso tudo neste vão de vida.
Mas recolho-me ao escuro;
E calado, vou fazendo meu discurso
Do qual nunca atravessa
As persianas fechadas
16 nov (2 dias atrás)
Emiliano
A Sombra
(Emiliano Nunes)
Você me tem
Por tão poucas horas,
Depois outro alguém
Possui-te em outrora.
Sou a sombra projetada,
E te persigo calado
Na loucura gerada
De um querer ser amado.
Quando estás nos braços
Do seu amor, que não eu,
Faz de mim tantos cacos,
Que no léu se perdeu.
Crio mentiras
Em sonhos sonhados,
Depois rasgo em tiras
O que me resta arruinado.
Partirá desta vez,
Juro não ter volta,
Mas não passa nem um mês
E novamente te abro a porta.
(Emiliano Nunes)
Você me tem
Por tão poucas horas,
Depois outro alguém
Possui-te em outrora.
Sou a sombra projetada,
E te persigo calado
Na loucura gerada
De um querer ser amado.
Quando estás nos braços
Do seu amor, que não eu,
Faz de mim tantos cacos,
Que no léu se perdeu.
Crio mentiras
Em sonhos sonhados,
Depois rasgo em tiras
O que me resta arruinado.
Partirá desta vez,
Juro não ter volta,
Mas não passa nem um mês
E novamente te abro a porta.
16 nov (2 dias atrás)
Celia
Ah, vou postar esse tópico no Blog!!!
Emiliano, não é aquele que te mostrei já tem um tempo... É outro. Depois posto o link lá no seu perfil.
Emiliano, não é aquele que te mostrei já tem um tempo... É outro. Depois posto o link lá no seu perfil.
16 nov (2 dias atrás)
Pedro
Ar
AR
Intato exteriormente,
Mas deteriorado interiormente,
Em outras palavras,
Sólido por fora,
Mas oco por dentro.
É assim que me encontro,
E não há nada a se fazer,
Só resta agora esperar,
Esta argila se quebrar,
E revelar que o vazio significava,
Falta de ar.
Ar que dar-te-ei,
Para continuares,
A gozar a vida.
Ar este que sufocou-me,
E causou-me diversas feridas,
Feridas que não cicatrizaram,
E que jamais vão cicatrizar,
Pelo menos não nesta vida.
Pois morre aqui um amante,
Sem ar,
Sem ar para continuar,
Sem ar para sofrer,
Sem ar para viver,
Pois o ar que me resta,
Encontra-se em você.
Pedro Rafael Campelo Teixeira
Intato exteriormente,
Mas deteriorado interiormente,
Em outras palavras,
Sólido por fora,
Mas oco por dentro.
É assim que me encontro,
E não há nada a se fazer,
Só resta agora esperar,
Esta argila se quebrar,
E revelar que o vazio significava,
Falta de ar.
Ar que dar-te-ei,
Para continuares,
A gozar a vida.
Ar este que sufocou-me,
E causou-me diversas feridas,
Feridas que não cicatrizaram,
E que jamais vão cicatrizar,
Pelo menos não nesta vida.
Pois morre aqui um amante,
Sem ar,
Sem ar para continuar,
Sem ar para sofrer,
Sem ar para viver,
Pois o ar que me resta,
Encontra-se em você.
Pedro Rafael Campelo Teixeira
16 nov (2 dias atrás)
Pedro
Radiante Ilusão
Radiante Ilusão
Noite cintilante,
Que reluz mais que diamante,
Noite que me seduz,
Com tão bela luz.
Oh cintilação,
Que cativa meu coração.
Não sei mais o que dizer...
Devo estar apaixonado por você.
Lua de prata no céu,
Que enche minha boca de mel.
E quando pensei em beijá-la,
Veio-me uma voz...
Hoje a noite não tem luar,
E estou sem ela,
Não a como simular,
Um amor...
Que tolo fui em tentar comparar,
O teu semblante,
Ao mero brilho lunar...
Agora só me fica na cabeça
Uma vontade imensa de lhe beijar,
Já não sei mais o que fazer sem você,
Só resta-me suicidar...
Lua de prata no céu,
Que enche minha boca de mel.
E quando pensei em beijá-la,
Veio-me uma voz...
Hoje a noite não tem luar,
E estou sem ela,
Não a como simular,
Um amor...
(Pedro Rafael Campelo Teixeira)
Noite cintilante,
Que reluz mais que diamante,
Noite que me seduz,
Com tão bela luz.
Oh cintilação,
Que cativa meu coração.
Não sei mais o que dizer...
Devo estar apaixonado por você.
Lua de prata no céu,
Que enche minha boca de mel.
E quando pensei em beijá-la,
Veio-me uma voz...
Hoje a noite não tem luar,
E estou sem ela,
Não a como simular,
Um amor...
Que tolo fui em tentar comparar,
O teu semblante,
Ao mero brilho lunar...
Agora só me fica na cabeça
Uma vontade imensa de lhe beijar,
Já não sei mais o que fazer sem você,
Só resta-me suicidar...
Lua de prata no céu,
Que enche minha boca de mel.
E quando pensei em beijá-la,
Veio-me uma voz...
Hoje a noite não tem luar,
E estou sem ela,
Não a como simular,
Um amor...
(Pedro Rafael Campelo Teixeira)
16 nov (2 dias atrás)
Pedro
“O Copia”
Quem sou eu? – Não sei ao certo.
Sou apenas mais um (único) em vários (comuns)...
Com um caráter (próprio) que talvez eu não o tenha, e que talvez eles (as) julguem que eu tenho...
Sou como um “espelho” quebrado e turvo, que torce vários reflexos meus cada um com sua forma e “personalidade”...
E eu estou em um quarto com demais “espelhos”, porém todos os outros se encontram intactos e limpos...
E eu me pergunto... – Será eu o único e os outros copias inacabadas minha? Ou serei eu “O Copia” inacabada deles?
(Pedro Rafael Campelo Teixeira)
Quem sou eu? – Não sei ao certo.
Sou apenas mais um (único) em vários (comuns)...
Com um caráter (próprio) que talvez eu não o tenha, e que talvez eles (as) julguem que eu tenho...
Sou como um “espelho” quebrado e turvo, que torce vários reflexos meus cada um com sua forma e “personalidade”...
E eu estou em um quarto com demais “espelhos”, porém todos os outros se encontram intactos e limpos...
E eu me pergunto... – Será eu o único e os outros copias inacabadas minha? Ou serei eu “O Copia” inacabada deles?
(Pedro Rafael Campelo Teixeira)
17 nov (1 dia atrás)
Hamlet
Tudo que tenho contra Freud
"A beleza está na sabedoria. O amor busca a beleza, de forma que se torna filósofo. É forçoso que assim seja, para que haja intercâmbio entre a consciência e os instintos".
Platão - O Banquete
O maior discípulo não-declarado de Descartes foi Freud, pois julgou ter encontrado o combustível da máquina humana na evolução da libido. Mas o ser humano está para uma estrita dependência da libido assim como o oxigênio se encontra em relação com aqueles que o respiram. Afirmar que o sexo determina as emoções humanas é assinar um pacto com a animalidade. Basear-se nesse princípio é regredir até os primórdios da consciência.
Quem aprecia o sexo, idolatra Freud. E até entendo a razão: pois ele mecanizou o sexo. Dissecou-o como a uma planária de laboratório e expôs friamente suas teorias de modo taxativo e categórico, como faria alguém extremamente bem sucedido na área. Descomprometeu, de certa forma, o ato, banalizando-o até torna-lo algo que toleramos em nós como um defeito, ou um capricho do qual tiramos algum prazer e muita dor de cabeça. Alguns estudiosos argumentam que uma pessoa repleta de complexos, como Freud foi, teria suficiente propriedade para dissertar longamente sobre o assunto. Replico dizendo que seria melhor, então, deixar que os criminosos fossem juízes, já que entendem bastante de crimes.
Freud agiu com relação ao sexo como um mecânico de autos que se aventurasse a esquematizar, remontar e fazer funcionar o delicado mecanismo de um relógio. E a sexualidade, como foi por ele remontada, simplesmente não é funcional. E não anda bem porque sobraram peças, que Freud disfarçadamente moqueou no bolso.
Platão - O Banquete
O maior discípulo não-declarado de Descartes foi Freud, pois julgou ter encontrado o combustível da máquina humana na evolução da libido. Mas o ser humano está para uma estrita dependência da libido assim como o oxigênio se encontra em relação com aqueles que o respiram. Afirmar que o sexo determina as emoções humanas é assinar um pacto com a animalidade. Basear-se nesse princípio é regredir até os primórdios da consciência.
Quem aprecia o sexo, idolatra Freud. E até entendo a razão: pois ele mecanizou o sexo. Dissecou-o como a uma planária de laboratório e expôs friamente suas teorias de modo taxativo e categórico, como faria alguém extremamente bem sucedido na área. Descomprometeu, de certa forma, o ato, banalizando-o até torna-lo algo que toleramos em nós como um defeito, ou um capricho do qual tiramos algum prazer e muita dor de cabeça. Alguns estudiosos argumentam que uma pessoa repleta de complexos, como Freud foi, teria suficiente propriedade para dissertar longamente sobre o assunto. Replico dizendo que seria melhor, então, deixar que os criminosos fossem juízes, já que entendem bastante de crimes.
Freud agiu com relação ao sexo como um mecânico de autos que se aventurasse a esquematizar, remontar e fazer funcionar o delicado mecanismo de um relógio. E a sexualidade, como foi por ele remontada, simplesmente não é funcional. E não anda bem porque sobraram peças, que Freud disfarçadamente moqueou no bolso.
17 nov (1 dia atrás)
Hamlet
Freud amarrotou o amor e o lançou na lixeira. Associou negativamente o afeto ao desejo e assim criou a propaganda de cerveja. Freud, um cocainômano só miolos, com seu charuto fálico e sua expressão de seriedade, com sua empáfia de querer explicar tudo, negou-se a absorver um dos mais belos diálogos socráticos. E se o fez imagino que tenha sido no banheiro, enquanto desentupia as tripas durante alguma crise de diarréia.
Talvez eu não seja a pessoa mais indicada para peitar o fantasma de Freud, mesmo porque jamais consegui encarar quaisquer leituras dele advindas ou a ele relacionadas que não se resumissem a breves e rasas biografias. Isto aqui é tudo que tenho. O sucesso da conspiração freudiana contra o romantismo é, para mim, algo evidente na atualidade. Em virtude da extrema atenção voltada ao método analítico por ele criado, o universo das relações humanas é hoje frio e desprovido de sentido. Amar é algo de uma dificuldade praticamente titânica para a maioria das pessoas. E mesmo amar sem que haja sexo envolvido - pois nossa psicologia, conforme foi definida por Freud, diluiu o amor no sexo feito sal na água. Este sal, que fez da sexualidade algo intragável, e contudo necessário, é o afeto que todos fomos condicionados a negar aos outros e a nós mesmos. Sal que deveria temperar a humanidade - mas que, contraditoriamente, tornou-a leviana e imersa nos mais indigeríveis conflitos existenciais.
Talvez eu não seja a pessoa mais indicada para peitar o fantasma de Freud, mesmo porque jamais consegui encarar quaisquer leituras dele advindas ou a ele relacionadas que não se resumissem a breves e rasas biografias. Isto aqui é tudo que tenho. O sucesso da conspiração freudiana contra o romantismo é, para mim, algo evidente na atualidade. Em virtude da extrema atenção voltada ao método analítico por ele criado, o universo das relações humanas é hoje frio e desprovido de sentido. Amar é algo de uma dificuldade praticamente titânica para a maioria das pessoas. E mesmo amar sem que haja sexo envolvido - pois nossa psicologia, conforme foi definida por Freud, diluiu o amor no sexo feito sal na água. Este sal, que fez da sexualidade algo intragável, e contudo necessário, é o afeto que todos fomos condicionados a negar aos outros e a nós mesmos. Sal que deveria temperar a humanidade - mas que, contraditoriamente, tornou-a leviana e imersa nos mais indigeríveis conflitos existenciais.
17 nov (1 dia atrás)
Hamlet
Ilusão
O que é uma ilusão? Uma ilusão é uma idéia tão forte em nossa mente que chega a despertar uma noção de realidade que é meramente subjetiva. É tão o que somos, e não é – por ser a projeção de um objeto do nosso desejo externo – que se torna paradoxal e destarte incômoda à razão. Uma alucinação do sentimento é a ilusão, e a mente objetiva tende a descartá-la tão rapidamente quanto a consubstancia (se é que podemos utilizar o termo aqui). Uma névoa do desejo... um fantasma da vontade pairando acima da realidade.
Você, meu desejo tornado sólido, minha ilusão a respirar da mesma forma que eu, não terá você também de mim esta idéia pouco lúcida e bastarda, filha de uma vontade pagã, de uma ânsia sem batismo que não merecerá jamais um túmulo cristão? Desejo ao léu da caridade divina, forma que passeia pelos meandros da minha ardente solidão, à distância do meu ser que sofre tal divisão, amor, sim, amor meu... almejo tua expiração, teu gás carbônico unido ao meu de maneira indissolúvel. O resultado do cansaço de nossos corpos após a união, espectro da minha vontade, carne úmida da minha sede, oásis do meu deserto existencial... ali, onde as colinas das tuas coxas formam um vale de eterno repouso quero definhar de prazer, enlanguescer demoradamente em tuas águas viscosas e fartas, beber do teu mel, amor do meu sangue, empanturrar-me do teu suco no manancial do teu sexo.
Você, meu desejo tornado sólido, minha ilusão a respirar da mesma forma que eu, não terá você também de mim esta idéia pouco lúcida e bastarda, filha de uma vontade pagã, de uma ânsia sem batismo que não merecerá jamais um túmulo cristão? Desejo ao léu da caridade divina, forma que passeia pelos meandros da minha ardente solidão, à distância do meu ser que sofre tal divisão, amor, sim, amor meu... almejo tua expiração, teu gás carbônico unido ao meu de maneira indissolúvel. O resultado do cansaço de nossos corpos após a união, espectro da minha vontade, carne úmida da minha sede, oásis do meu deserto existencial... ali, onde as colinas das tuas coxas formam um vale de eterno repouso quero definhar de prazer, enlanguescer demoradamente em tuas águas viscosas e fartas, beber do teu mel, amor do meu sangue, empanturrar-me do teu suco no manancial do teu sexo.
17 nov (1 dia atrás)
Hamlet
Palavras nos levam a viajar nas possibilidades da fantasia... fossem as palavras entes autônomos que não controlamos, mas que nos controlam, usam-nos como escravos do sentido que carregam, muitas vezes unicamente abstratos, outras com probabilidades de concreto nas fímbrias, nas margens do que somos por fora... e o que somos para além do que somos além da ilusão do que somos, que é o que enxergamos neste sonho de vida que vivemos, absortos e falhos, tosquenejando e soluçando e resmungando palavras como a pítia de algum oráculo de nós mesmos? Processando nossos dados ilusórios como substanciais profecias do que poderia vir a ser, o devir dionisíaco de nossas entranhas, a serpente alegórica exalação das profundezas que aspiramos da fenda, amor, da fenda aberta em nossas mentes inconscientes. Portal para a realização mas não, muito do que é sonhado não se realiza, pura ilusão, nuvens em nosso céu, anjos irreais que cantam e seu canto nos embriaga de febre e nos faz retroceder, materializados novamente, carnais novamente, novamente fixos e parados, ausentes de vibração, mortos de entusiasmo. Amor, oscilamos.
Amor... oscilamos em nós como a chama ao longe dança para o náufrago que capta da terra o odor em meio à maresia, ao longe a praia tão sonhada, e as marés contra ele sempre, sempre a arresta-lo de novo ao mar estagnado da realidade. E será este náufrago o pasto dos corvos do mar em sua tábua exígua, boiando nas ondas de seus próprios desejos a afasta-lo da meta que um dia se impôs, que era unicamente viver sem ilusões, e os corvos são estas ilusões devorando seus olhos no balanço unilateral das horas todas iguais, amor, horas sem você. Deixe-me aqui mais um pouco, que desfaleço à míngua de ti. Deixe-me aqui perder o fôlego desta vontade que sinto, para que eu sonhe no momento crucial com teu hálito unindo-se ao meu, amor, hálitos irmãos, casados no ar do qual me amputo lentamente, sem tuas mãos sobre meu peito que arfa e se enche de água salgada inundando-me a alma.
Amor... oscilamos em nós como a chama ao longe dança para o náufrago que capta da terra o odor em meio à maresia, ao longe a praia tão sonhada, e as marés contra ele sempre, sempre a arresta-lo de novo ao mar estagnado da realidade. E será este náufrago o pasto dos corvos do mar em sua tábua exígua, boiando nas ondas de seus próprios desejos a afasta-lo da meta que um dia se impôs, que era unicamente viver sem ilusões, e os corvos são estas ilusões devorando seus olhos no balanço unilateral das horas todas iguais, amor, horas sem você. Deixe-me aqui mais um pouco, que desfaleço à míngua de ti. Deixe-me aqui perder o fôlego desta vontade que sinto, para que eu sonhe no momento crucial com teu hálito unindo-se ao meu, amor, hálitos irmãos, casados no ar do qual me amputo lentamente, sem tuas mãos sobre meu peito que arfa e se enche de água salgada inundando-me a alma.
17 nov (1 dia atrás)
Hamlet
Visão do meu espírito que se afoga, abandona minha esperança de um resgate e deixa-me submergir nas águas do esquecimento, meu cadáver consumido por caranguejos na praia de alguma ilha que sonhei há tanto tempo que nem mesmo Deus poderia recorda-la. Em minha boca um sabor amargo, definitivo como se houvesse mascado violetas durante um acesso de loucura.
17 nov (1 dia atrás)
Hamlet
Cântico longevo
Poesia é a tua companhia, cântico longevo
Esplendor dos teus cabelos no alvorecer primevo
Onde germe sou da ânsia, antiga ânsia antiga
Antiga ambição de vida, adormecida amiga.
Enquanto dormes sonho eu, desperto e claro
E o sonho do Real se faz de outros sonhos avaro
Pois que a ilusão não me permite, realmente
Visualizar-te tal qual és, um sonho vivo e quente.
De substanciais quimeras cercado, padeço
Da consciência imutável que tão bem conheço
De não ser meu devaneio no Real realizável
Por mais pareça ele consistente e estável.
Insisto, no entanto, e insistindo tanto alcanço
Na imaginação um canto e um milenar remanso
Onde os poetas vão por vezes, a fugir da causticante
Realidade que na carne se faz tão constante.
E tantas coisas simples penso... estreitar-te a cintura
Pousando em tua pele o meu queixo que procura
Da tua placidez o toque breve e leve e cheio...
Meus braços ao redor de ti, por sob o seio.
Aspiro teu olor de algo que, desconhecido
Sussurro em conjeturas vãs ao pé do teu ouvido...
E teu perfume é o das caravelas e o das especiarias
E o aroma natural das flores colorindo os dias.
E teu calor convida-me a um beijo casto e puro
Um beijo que na mente se expande e rompe o muro
Do Real, amor do meu desejo e da minha inocência
Tornando verdadeira tua estranha permanência.
Como estrela do Ideal que a minha alma inflama
Tua forma vaporosa em torno ao ser que sou derrama
O êmulo prazer dos deuses, na ventura infinita...
E sensação tamanha já não pode ser descrita.
Poesia é a tua companhia, cântico longevo
Esplendor dos teus cabelos no alvorecer primevo
Onde germe sou da ânsia, antiga ânsia antiga
Antiga ambição de vida, adormecida amiga.
Esplendor dos teus cabelos no alvorecer primevo
Onde germe sou da ânsia, antiga ânsia antiga
Antiga ambição de vida, adormecida amiga.
Enquanto dormes sonho eu, desperto e claro
E o sonho do Real se faz de outros sonhos avaro
Pois que a ilusão não me permite, realmente
Visualizar-te tal qual és, um sonho vivo e quente.
De substanciais quimeras cercado, padeço
Da consciência imutável que tão bem conheço
De não ser meu devaneio no Real realizável
Por mais pareça ele consistente e estável.
Insisto, no entanto, e insistindo tanto alcanço
Na imaginação um canto e um milenar remanso
Onde os poetas vão por vezes, a fugir da causticante
Realidade que na carne se faz tão constante.
E tantas coisas simples penso... estreitar-te a cintura
Pousando em tua pele o meu queixo que procura
Da tua placidez o toque breve e leve e cheio...
Meus braços ao redor de ti, por sob o seio.
Aspiro teu olor de algo que, desconhecido
Sussurro em conjeturas vãs ao pé do teu ouvido...
E teu perfume é o das caravelas e o das especiarias
E o aroma natural das flores colorindo os dias.
E teu calor convida-me a um beijo casto e puro
Um beijo que na mente se expande e rompe o muro
Do Real, amor do meu desejo e da minha inocência
Tornando verdadeira tua estranha permanência.
Como estrela do Ideal que a minha alma inflama
Tua forma vaporosa em torno ao ser que sou derrama
O êmulo prazer dos deuses, na ventura infinita...
E sensação tamanha já não pode ser descrita.
Poesia é a tua companhia, cântico longevo
Esplendor dos teus cabelos no alvorecer primevo
Onde germe sou da ânsia, antiga ânsia antiga
Antiga ambição de vida, adormecida amiga.
17 nov (1 dia atrás)
Hamlet
Arco
VERMELHOS
A gota d'água foi
Uma gota de sangue
Meu, que caiu
Perdendo-se nos cabelos.
Minha última
Gota de sangue
Última esperança
E derradeira tolice.
Esperma infecundo secando
Assim como seca o amor
Que peca.
A gota d'água foi
Uma lágrima de rubi
Perdendo-se nos cabelos.
VERDES
Teus olhos são verdes
E sei que são tristes.
Há neles o flerte
Da melancolia dos dias
Que para além da carne tua
Transparece
Hamadríade
No espelho da tua alma.
Teus olhos são tristes
E sei que são verdes.
E deles o azeite
Inflama uma chama
Que para além da carne tua
É refletida
Salamandra
No lagar da tua alma.
Onde corações são esmagados com requinte
Pelas engrenagens imperceptíveis
Dos teus olhos azeitonados.
VIOLETAS
As cores frias
Das horas que
Vazias
Insistem em dizer
Dos vínculos com a terra
As violetas
Em seus vasinhos
Enfileirados
São tão sozinhas
Meu coração
Florzinha à toa
Florzinha nula
Bela florzinha
Sem emoção
Minúscula mensageira da morte
Lívidos lábios pelo gelo
Arroxeados.
A gota d'água foi
Uma gota de sangue
Meu, que caiu
Perdendo-se nos cabelos.
Minha última
Gota de sangue
Última esperança
E derradeira tolice.
Esperma infecundo secando
Assim como seca o amor
Que peca.
A gota d'água foi
Uma lágrima de rubi
Perdendo-se nos cabelos.
VERDES
Teus olhos são verdes
E sei que são tristes.
Há neles o flerte
Da melancolia dos dias
Que para além da carne tua
Transparece
Hamadríade
No espelho da tua alma.
Teus olhos são tristes
E sei que são verdes.
E deles o azeite
Inflama uma chama
Que para além da carne tua
É refletida
Salamandra
No lagar da tua alma.
Onde corações são esmagados com requinte
Pelas engrenagens imperceptíveis
Dos teus olhos azeitonados.
VIOLETAS
As cores frias
Das horas que
Vazias
Insistem em dizer
Dos vínculos com a terra
As violetas
Em seus vasinhos
Enfileirados
São tão sozinhas
Meu coração
Florzinha à toa
Florzinha nula
Bela florzinha
Sem emoção
Minúscula mensageira da morte
Lívidos lábios pelo gelo
Arroxeados.
17 nov (1 dia atrás)
Hamlet
Rimas mudas
I
O verso a fluir? E que me importa
A fluência do verso? A vida flui
E ao fluir em quase nada se dilui
De forma tanto torpe quanto torta.
O ritmo da língua quando morta
A chave do seu som quem possui?
Quem sabe que cadência constitui
A voz que como símbolo comporta?
Apenas seus sinais codificados
Permanecem, cujos significados
Pretendemos conhecer.
Impertinente petulância dos sábios
Imaginar que dos lacrados lábios
Algo possam esclarecer.
II
O pensamento daquele que verseja
Tem uma dança, um mover particular.
O simples ler não é capaz de decifrar
Do que verseja o que expressar deseja.
O verso é como átrio de uma igreja
Que ao profano é vedado adentrar.
E seu sentido é o consagrado altar
Que o peregrino enlevado beija.
As rimas mudas de um poema antigo
Que anteriormente ressoaram altivas
Na forma rígida palpitam esquivas
Inalcançáveis em seu âmago abrigo.
E das palavras esse estático bailado
Perpetua o pensamento do passado.
O verso a fluir? E que me importa
A fluência do verso? A vida flui
E ao fluir em quase nada se dilui
De forma tanto torpe quanto torta.
O ritmo da língua quando morta
A chave do seu som quem possui?
Quem sabe que cadência constitui
A voz que como símbolo comporta?
Apenas seus sinais codificados
Permanecem, cujos significados
Pretendemos conhecer.
Impertinente petulância dos sábios
Imaginar que dos lacrados lábios
Algo possam esclarecer.
II
O pensamento daquele que verseja
Tem uma dança, um mover particular.
O simples ler não é capaz de decifrar
Do que verseja o que expressar deseja.
O verso é como átrio de uma igreja
Que ao profano é vedado adentrar.
E seu sentido é o consagrado altar
Que o peregrino enlevado beija.
As rimas mudas de um poema antigo
Que anteriormente ressoaram altivas
Na forma rígida palpitam esquivas
Inalcançáveis em seu âmago abrigo.
E das palavras esse estático bailado
Perpetua o pensamento do passado.
17 nov (1 dia atrás)
Hamlet
Hamlet
Ser ou não ser, eis a questão proposta
Ao ser, quando dele se possa esperar
Um mínimo de intelecto a vibrar
Na mente que lhe foi imposta.
E nessa parca mentalidade aposta
Todas as fichas que possa gastar
Inferindo, por seu bem-estar
Que o ser de não ser se desgosta.
Raciocínio rasteiro, estúpida conclusão...
Pois se de ter princípio o ser não tem
O mérito proposto pela questão
Que é o quanto julga ser um bem?
Tão só a condição de ser, e ter por meta
Não ser por fim, de forma bem concreta.
Ao ser, quando dele se possa esperar
Um mínimo de intelecto a vibrar
Na mente que lhe foi imposta.
E nessa parca mentalidade aposta
Todas as fichas que possa gastar
Inferindo, por seu bem-estar
Que o ser de não ser se desgosta.
Raciocínio rasteiro, estúpida conclusão...
Pois se de ter princípio o ser não tem
O mérito proposto pela questão
Que é o quanto julga ser um bem?
Tão só a condição de ser, e ter por meta
Não ser por fim, de forma bem concreta.
17 nov (1 dia atrás)
Hamlet
Que venha outro verão
"Minha juventude abandonada
Feito grinalda desbotada
É chegada a estação
Da saudade e da razão"
Apollinaire, Vitam Impendere Amori
Minha juventude abandonada
Pelo outono colhida
À margem fria da estrada
Como é estúpida a vida
Feito grinalda desbotada
Ou como crença descrida
A paixão insaciada
Conforma-se na ferida
É chegada a estação
Da neve anestesiante
O inverno claudicante
Da saudade e da razão
Deixa estar o já distante
Que venha outro verão
Feito grinalda desbotada
É chegada a estação
Da saudade e da razão"
Apollinaire, Vitam Impendere Amori
Minha juventude abandonada
Pelo outono colhida
À margem fria da estrada
Como é estúpida a vida
Feito grinalda desbotada
Ou como crença descrida
A paixão insaciada
Conforma-se na ferida
É chegada a estação
Da neve anestesiante
O inverno claudicante
Da saudade e da razão
Deixa estar o já distante
Que venha outro verão
17 nov (23 horas atrás)
Celia
Desprezando múmias, o poema
Perdendo cabelo como um pincel velho
Ah eu não quero falar
Falei demais e não disse nada
Teria dito mais permanecendo quieto
Quiçá agindo no âmbito do real
Mas ninguém me explicou isso
Ninguém nunca me mostrou
Uma pontinha de realidade sequer
Tive que descobrir tudo sozinho
E sozinho leva muito tempo
E agora meu cabelo está caindo
Vou ficar careca
Ou talvez esteja doente
Como se ficar careca não fosse o bastante
Mas eu disse que não queria falar
Nem sobre o amor nem sobre a dor
De não ter compreendido o que é a vida
Ser filósofo é ser idiota
Um idiota com direito a exercer sua idiotice
Além dos limites da imbecilidade normal
E eu não quero mais saber disso
Não quero saber de me expor desse jeito
É um saco essa coisa de carência intelectual
Eu não quero mais falar
Quero apenas descobrir o sentido das cores
E não me venham com Newton
Esse cara foi o maior inimigo da poesia
Ele e mais um bando de senhores metódicos
Corja de cerceadores de espaços vazios
O vácuo ainda é alguma coisa
Eu tomo café embalado a vácuo
Meu cabelo despenca no vácuo do travesseiro
E o vai preenchendo
Com minha migrante cabeleira
Enquanto meu cocuruto sente frio
Coitado
Acho que vou precisar calçar uma touca
Mas eu falei que não queria falar mais nada
Preciso comer
Enquanto como não falo
Só que frango assado guardado
Na geladeira de um dia pro outro
Tem um gosto horrível de múmia egípcia
Ah eu não quero falar
Falei demais e não disse nada
Teria dito mais permanecendo quieto
Quiçá agindo no âmbito do real
Mas ninguém me explicou isso
Ninguém nunca me mostrou
Uma pontinha de realidade sequer
Tive que descobrir tudo sozinho
E sozinho leva muito tempo
E agora meu cabelo está caindo
Vou ficar careca
Ou talvez esteja doente
Como se ficar careca não fosse o bastante
Mas eu disse que não queria falar
Nem sobre o amor nem sobre a dor
De não ter compreendido o que é a vida
Ser filósofo é ser idiota
Um idiota com direito a exercer sua idiotice
Além dos limites da imbecilidade normal
E eu não quero mais saber disso
Não quero saber de me expor desse jeito
É um saco essa coisa de carência intelectual
Eu não quero mais falar
Quero apenas descobrir o sentido das cores
E não me venham com Newton
Esse cara foi o maior inimigo da poesia
Ele e mais um bando de senhores metódicos
Corja de cerceadores de espaços vazios
O vácuo ainda é alguma coisa
Eu tomo café embalado a vácuo
Meu cabelo despenca no vácuo do travesseiro
E o vai preenchendo
Com minha migrante cabeleira
Enquanto meu cocuruto sente frio
Coitado
Acho que vou precisar calçar uma touca
Mas eu falei que não queria falar mais nada
Preciso comer
Enquanto como não falo
Só que frango assado guardado
Na geladeira de um dia pro outro
Tem um gosto horrível de múmia egípcia
17 nov (23 horas atrás)
Celia
Que me importam os lemingues da Rodésia
Que me importam todos vocês
Cabeças de feno da Arábia Saudita
Ou os punhais cravados na sola do pé
Do preboste da Antuérpia
Eu não conheço nenhum desses sujeitos
Nem tenho como simpatizar com eles
Afinal os mafiosos do Cáucaso
E os párias do Peloponeso
Fizeram questão de amordaçar minha virilha
Mas falando sério
Eu que não queria falar já falei mais do que a língua
Falo com os dedos feito um sinaleiro
E enquanto eu falo minhas digitais se desgastam
Isso talvez me leve a perder a identidade
Quem sou eu agora
Agora que a palavra ontem se tornou hoje
E tão logo amanheça se tornará amanhã
Sempre assim como a fonte submersa
Que esguicha jubartes das profundezas do cérebro
Ah eu preciso de férias dessa coisa
Pra falar tem que estar sempre pensando
E pensar tem umas horas que é puro sofrimento
Como se os miolos fossem um carburador
Com água dentro dele
E doesse como dói nos carburadores quando isso acontece
Estou aqui desprezando múmias
Múmias são fetos carecas natimortos esperando o fim do mundo
Eu acho que vou virar uma múmia
Talvez até já seja uma
Estou nos Andes dentro de uma caverna encolhido de cócoras
Espremo minha cabeça e uma aranha sai da minha boca
Ela oferece um tango ao Faraó
Depois parte num cruzeiro ao redor do planeta
Ela leva meus óculos
Mas eu nem uso óculos
Isso é que é o mais estranho
Que espécie de fungo crescia naquele frango
Vou perguntar pro Hoffman
Talvez ele tenha a cura da calvície
E um pano de prato
Pra enxugar esse gelo que eu trouxe da Bolívia
Múmias são antes de tudo desprezíveis
Eu tinha uma vez um livro muito engraçado
Era um livro de múmias
Com múmias estampadas bastante coloridas
Múmias extremamente plausíveis
Com seus sarcófagos e sua pele sensível
Mas isso era quando eu era pequeno
Agora que meu cabelo está caindo
Peguei trauma de múmias
Que me importam todos vocês
Cabeças de feno da Arábia Saudita
Ou os punhais cravados na sola do pé
Do preboste da Antuérpia
Eu não conheço nenhum desses sujeitos
Nem tenho como simpatizar com eles
Afinal os mafiosos do Cáucaso
E os párias do Peloponeso
Fizeram questão de amordaçar minha virilha
Mas falando sério
Eu que não queria falar já falei mais do que a língua
Falo com os dedos feito um sinaleiro
E enquanto eu falo minhas digitais se desgastam
Isso talvez me leve a perder a identidade
Quem sou eu agora
Agora que a palavra ontem se tornou hoje
E tão logo amanheça se tornará amanhã
Sempre assim como a fonte submersa
Que esguicha jubartes das profundezas do cérebro
Ah eu preciso de férias dessa coisa
Pra falar tem que estar sempre pensando
E pensar tem umas horas que é puro sofrimento
Como se os miolos fossem um carburador
Com água dentro dele
E doesse como dói nos carburadores quando isso acontece
Estou aqui desprezando múmias
Múmias são fetos carecas natimortos esperando o fim do mundo
Eu acho que vou virar uma múmia
Talvez até já seja uma
Estou nos Andes dentro de uma caverna encolhido de cócoras
Espremo minha cabeça e uma aranha sai da minha boca
Ela oferece um tango ao Faraó
Depois parte num cruzeiro ao redor do planeta
Ela leva meus óculos
Mas eu nem uso óculos
Isso é que é o mais estranho
Que espécie de fungo crescia naquele frango
Vou perguntar pro Hoffman
Talvez ele tenha a cura da calvície
E um pano de prato
Pra enxugar esse gelo que eu trouxe da Bolívia
Múmias são antes de tudo desprezíveis
Eu tinha uma vez um livro muito engraçado
Era um livro de múmias
Com múmias estampadas bastante coloridas
Múmias extremamente plausíveis
Com seus sarcófagos e sua pele sensível
Mas isso era quando eu era pequeno
Agora que meu cabelo está caindo
Peguei trauma de múmias
17 nov (23 horas atrás)
Celia
Eu acho que já fui careca
Quando nasci quase não tinha cabelo
Ou tinha mas não lembro dele
Enfim isso faz tanto tempo
O cabelo que tive se tive já não tenho
E quem diabos liga pra cabelo
Além dos peruqueiros
Dos cabeleireiros
Dos fabricantes de shampoo
E dos demais apreciadores de cabelo
Eu não ligo pra cabelo
Não estou nem aí pra ele
Na verdade ele me enche o saco
Bem isso são obviamente pentelhos
Quero apenas deixar evidente
Meu desprezo por essas múmias calvas
Essas múmias que mostram os dentes num sorriso
Seu macabro sorrisinho repuxado
Eu que não vou num museu só pra ver uma múmia
E agora pra terminar
Juro que não vou mais falar
Isso que digo no momento não está sendo dito
É uma ilusão de ótica sonora
Como se o som se tornasse visível
Pra ser um simulacro composto
Por todas aquelas múmias
Múmias de reis e de lacaios
De fantoches e mímicos e palhaços
De senhores feudais e seus pardais taxidermizados
Em suas poses para fotos antes da invenção da fotografia
Na realidade estou aqui
Apenas para antipatizar com todas as múmias do universo
Eu sei que é um trabalho penoso e mal-remunerado
Mas eu faço com um tipo diferente de prazer
Que vem lá das bandas do Oriente
De um país desconhecido chamado Gólgota
Mas antes que eu termine
Permita-me fazer um aparte pra comentar
A última proeza do Marquês de Sade
Uma transa de múmias nos jardins de Versalhes
Com os bispos todos de Constantinopla lá pelados
Vaiando em esperanto
Cobrindo as partes pudendas com talos de couve
Quando nasci quase não tinha cabelo
Ou tinha mas não lembro dele
Enfim isso faz tanto tempo
O cabelo que tive se tive já não tenho
E quem diabos liga pra cabelo
Além dos peruqueiros
Dos cabeleireiros
Dos fabricantes de shampoo
E dos demais apreciadores de cabelo
Eu não ligo pra cabelo
Não estou nem aí pra ele
Na verdade ele me enche o saco
Bem isso são obviamente pentelhos
Quero apenas deixar evidente
Meu desprezo por essas múmias calvas
Essas múmias que mostram os dentes num sorriso
Seu macabro sorrisinho repuxado
Eu que não vou num museu só pra ver uma múmia
E agora pra terminar
Juro que não vou mais falar
Isso que digo no momento não está sendo dito
É uma ilusão de ótica sonora
Como se o som se tornasse visível
Pra ser um simulacro composto
Por todas aquelas múmias
Múmias de reis e de lacaios
De fantoches e mímicos e palhaços
De senhores feudais e seus pardais taxidermizados
Em suas poses para fotos antes da invenção da fotografia
Na realidade estou aqui
Apenas para antipatizar com todas as múmias do universo
Eu sei que é um trabalho penoso e mal-remunerado
Mas eu faço com um tipo diferente de prazer
Que vem lá das bandas do Oriente
De um país desconhecido chamado Gólgota
Mas antes que eu termine
Permita-me fazer um aparte pra comentar
A última proeza do Marquês de Sade
Uma transa de múmias nos jardins de Versalhes
Com os bispos todos de Constantinopla lá pelados
Vaiando em esperanto
Cobrindo as partes pudendas com talos de couve
17 nov (23 horas atrás)
Celia
Isso eu vi escondido entre as faixas violeta e índigo
De um arco-íris muito antigo do qual guardei um pedaço
Tenho aqui ele sempre comigo
Num patuá enrolado ao redor da terceira nádega
Sim eu possuo uma terceira nádega
E uma fatia de arco-íris dentro de um patuá
Mas isso não é nada
O pior de tudo é que estou ficando careca
E nem o patuá nem a nádega extra vão poder me ajudar
E quando o céu se enrolar como está no Apocalipse
E as múmias todas saírem de suas tumbas
Como num filme de mortos-vivos
Quero estar bem longe possivelmente em Nova Delhi
Ou em Java felicitando o Homem
Aquele ancestral do Melquisedeque
Que traçou Oola e Ooliba com creme de barbear
Cara corajoso
Eu no lugar dele teria ficado no bar jogando sinuca
Mas o que eu gosto mesmo é de desprezar essas múmias fedidas
Um dia Quetzalcoatl há de retornar
Já estamos no Ano do Tigre
Só queria saber quem vai fazer o recenseamento
De todas essas múmias imprestáveis
Eu não faço nem por um beijo da Sophia Loren
É muita múmia
É múmia que não acaba mais
O mundo acaba e as múmias continuam aí
Malditas múmias esmolambadas
Múmias escrotas múmias miseráveis
Eu acho que vou queimar essas múmias
Só lamento elas não estarem vivas pra sentir
Quando eu tocar fogo nelas
Vou ali buscar uns fósforos
Até o próximo equinócio
Talvez nos encontremos na Cidade do México
Para o churrasco anual do Imperador Montezuma
E viva Zapata
Que ninguém é de ferro
De um arco-íris muito antigo do qual guardei um pedaço
Tenho aqui ele sempre comigo
Num patuá enrolado ao redor da terceira nádega
Sim eu possuo uma terceira nádega
E uma fatia de arco-íris dentro de um patuá
Mas isso não é nada
O pior de tudo é que estou ficando careca
E nem o patuá nem a nádega extra vão poder me ajudar
E quando o céu se enrolar como está no Apocalipse
E as múmias todas saírem de suas tumbas
Como num filme de mortos-vivos
Quero estar bem longe possivelmente em Nova Delhi
Ou em Java felicitando o Homem
Aquele ancestral do Melquisedeque
Que traçou Oola e Ooliba com creme de barbear
Cara corajoso
Eu no lugar dele teria ficado no bar jogando sinuca
Mas o que eu gosto mesmo é de desprezar essas múmias fedidas
Um dia Quetzalcoatl há de retornar
Já estamos no Ano do Tigre
Só queria saber quem vai fazer o recenseamento
De todas essas múmias imprestáveis
Eu não faço nem por um beijo da Sophia Loren
É muita múmia
É múmia que não acaba mais
O mundo acaba e as múmias continuam aí
Malditas múmias esmolambadas
Múmias escrotas múmias miseráveis
Eu acho que vou queimar essas múmias
Só lamento elas não estarem vivas pra sentir
Quando eu tocar fogo nelas
Vou ali buscar uns fósforos
Até o próximo equinócio
Talvez nos encontremos na Cidade do México
Para o churrasco anual do Imperador Montezuma
E viva Zapata
Que ninguém é de ferro
17 nov (23 horas atrás)
Celia
Recentemente estive num monastério
Era um lugar tranqüilo quase fico por lá mesmo
Mas o Frei Galvão não foi com a minha cara
Sabe como é
Receitou umas pílulas de sumiço
E assim fui alforriado
Quando tudo que queria era permanecer escravo
Depois disso
E desculpe se me estendo
É que às vezes me dá um frisson nos dedos
Mas como eu dizia
Depois disso comprei um iate de segunda mão
Ele veio com um furo no casco
Paguei baratinho
Eu havia batido um papo com Fausto
Você sabe aquele do Goethe
Pronuncia-se Guête
Ou coisa assim
Mas isso não faz diferença
O fato é que Fausto me emprestou seu grimório de bolso
Da Penguin Books
E através da leitura entrei em contato com um certo
Melchior
Isso mesmo um dos Três Patetas
E foi assim que consegui o dinheiro
Uma bagatela na verdade
Os cabelos da alma
Mas agora veja o que acontece
Uma alma careca exige uma barba
Meus cabelos estão caindo e não sei o que faço
Talvez eu devesse culpar as múmias
Mas não
Sou um careca honesto
Meu desprezo pelas múmias não tem nada a ver
Com a queda de minhas madeixas
Então não posso fazer uma coisa dessas
Não posso exorbitar de minhas funções
Não posso cometer sacrilégio
Não posso odiar o vizinho
Não posso valsar a polca
Não posso cair em pé
Nem nada que me seja vetado pela Cartilha
Era um lugar tranqüilo quase fico por lá mesmo
Mas o Frei Galvão não foi com a minha cara
Sabe como é
Receitou umas pílulas de sumiço
E assim fui alforriado
Quando tudo que queria era permanecer escravo
Depois disso
E desculpe se me estendo
É que às vezes me dá um frisson nos dedos
Mas como eu dizia
Depois disso comprei um iate de segunda mão
Ele veio com um furo no casco
Paguei baratinho
Eu havia batido um papo com Fausto
Você sabe aquele do Goethe
Pronuncia-se Guête
Ou coisa assim
Mas isso não faz diferença
O fato é que Fausto me emprestou seu grimório de bolso
Da Penguin Books
E através da leitura entrei em contato com um certo
Melchior
Isso mesmo um dos Três Patetas
E foi assim que consegui o dinheiro
Uma bagatela na verdade
Os cabelos da alma
Mas agora veja o que acontece
Uma alma careca exige uma barba
Meus cabelos estão caindo e não sei o que faço
Talvez eu devesse culpar as múmias
Mas não
Sou um careca honesto
Meu desprezo pelas múmias não tem nada a ver
Com a queda de minhas madeixas
Então não posso fazer uma coisa dessas
Não posso exorbitar de minhas funções
Não posso cometer sacrilégio
Não posso odiar o vizinho
Não posso valsar a polca
Não posso cair em pé
Nem nada que me seja vetado pela Cartilha
17 nov (23 horas atrás)
Celia
Então só me resta ficar careca
E ouvir a zombaria dos moleques
Mas eu lanço uma mandinga neles
Ah se lanço
Que um urso os engula com seus cadarços
Contudo devo me ater ao principal
Costumo me extraviar do tema
Coisa de gente que assistiu muita televisão
O fim das múmias
Seria o fim da humanidade
Afirmam os teatrólogos
Não sei por que eles ficam dando palpite
Realmente não entendo
O que as artes cênicas têm que ver com isso
Ao menos se fossem arqueólogos
Ou paleontólogos
Ou antropólogos
Mas são teatrólogos
Daqui a pouco até os cinéfilos vão querer opinar
Isso eu não vou suportar
Arrancarei o resto dos cabelos
Numa cena antológica
Espero que filmem
A posteridade merece ver isso
E mesmo eu acho que vou querer uma cópia
Pra mostrar pros meus sobrinhos
No entanto estou entrando em detalhes
Sobre minha vida pessoal
Isso é expressamente proibido
De acordo com o Código de Hamurabi
Parágrafo cento e dezoito
E agora sim acho que é o fim
Cansei de falar
É importante falar
Mas nem tanto
Mulheres falam pelos cotovelos
Eu não sou mulher
É raro uma mulher careca
A não ser que seja uma múmia de mulher
Eu tinha que lembrar das múmias
É meu trabalho despreza-las
Um bom trabalho
Só que paga mal
Não tem vale-refeição nem plano de saúde
Não tem horário de almoço nem pausa pro cafezinho
E a recepcionista é feia
Como uma múmia
By Hamlet
E ouvir a zombaria dos moleques
Mas eu lanço uma mandinga neles
Ah se lanço
Que um urso os engula com seus cadarços
Contudo devo me ater ao principal
Costumo me extraviar do tema
Coisa de gente que assistiu muita televisão
O fim das múmias
Seria o fim da humanidade
Afirmam os teatrólogos
Não sei por que eles ficam dando palpite
Realmente não entendo
O que as artes cênicas têm que ver com isso
Ao menos se fossem arqueólogos
Ou paleontólogos
Ou antropólogos
Mas são teatrólogos
Daqui a pouco até os cinéfilos vão querer opinar
Isso eu não vou suportar
Arrancarei o resto dos cabelos
Numa cena antológica
Espero que filmem
A posteridade merece ver isso
E mesmo eu acho que vou querer uma cópia
Pra mostrar pros meus sobrinhos
No entanto estou entrando em detalhes
Sobre minha vida pessoal
Isso é expressamente proibido
De acordo com o Código de Hamurabi
Parágrafo cento e dezoito
E agora sim acho que é o fim
Cansei de falar
É importante falar
Mas nem tanto
Mulheres falam pelos cotovelos
Eu não sou mulher
É raro uma mulher careca
A não ser que seja uma múmia de mulher
Eu tinha que lembrar das múmias
É meu trabalho despreza-las
Um bom trabalho
Só que paga mal
Não tem vale-refeição nem plano de saúde
Não tem horário de almoço nem pausa pro cafezinho
E a recepcionista é feia
Como uma múmia
By Hamlet